O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, recebeu em audiência, ontem, o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa, e o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Arthur Henrique. O objetivo central da reunião foi cobrar do ministro intercessão junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que projetos prejudiciais à categoria não sejam aprovados.
CUT e Condsef registraram a preocupação da categoria diante da possibilidade de ser aprovado Projeto de Lei Complementar (PLP) que limita investimentos públicos. Os diretores da Condsef Rogério Expedito e Pedro Armengol, servidores do ministério, também participaram do encontro.
O diretor do Sintrasef-RJ, Maurício Scotelaro e os representantes do núcleo de base da entidade, Paulo Alberto e João Leonel também fizeram parte da comitiva que foi ao MT.
A tentativa de inverter a discussão de negociação coletiva aprovando antes limites ao direito de greve também foi criticada pelas entidades. Lupi se comprometeu a interferir no que for possível para auxiliar nas demandas da categoria.
Para a Condsef o encontro foi importante, pois abre a possibilidade de um novo canal de comunicação dos servidores que pode chegar direto ao presidente. A entidade também pediu que fosse criada uma agenda de discussão das demandas dos servidores do próprio MT.
Na oportunidade, os representantes do setor cobraram tratamento semelhante ao que foi dado ao Seguro Social que, pela Medida Provisória (MP) 359, receberam reajuste em uma gratificação. Lupi reconheceu também a necessidade de se discutir uma reestruturação profunda no quadro funcional do ministério.
O excesso de terceirizados e a necessidade de concursos públicos para recuperar o corpo de funcionários do órgão foram apontados pela Condsef como ações emergenciais a serem tomadas.
Segundo Lupi, no que depender dele, será feito o possível para que os problemas levantados na reunião encontrem uma solução. A entidade defendeu ainda a reabertura do debate que envolve plano de carreira, fundamental para viabilizar a reestruturação do ministério.
Apesar de o Ministério do Trabalho não representar o espaço oficial de negociação dos servidores, função desempenhada pelo Planejamento, a Condsef encara a reunião como produtiva. “Precisamos abrir novos canais de negociação capazes de auxiliar na solução de nossas demandas”, disse o secretário-geral. “Acreditamos na força representativa do Ministério do Trabalho nas questões ligadas diretamente aos funcionários do governo”, apontou Costa.
Recentemente, Lupi participou do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Servidor Público, iniciativa do deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Na ocasião o ministro defendeu o diálogo permanente com os servidores dizendo que pode “ajudar muito” as demandas da categoria.
Fonte: Condsef