Os representantes dos meios públicos de comunicação dos países do Mercosul divulgaram, na última sexta-feira (12), um plano de ação conjunto que vai ser apresentado na próxima Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, no Rio de Janeiro, nos próximos dias 18 e 19.
Os participantes do seminário “Comunicação Pública no Processo de Integração Regional”, que aconteceu no Canal 7 (TV pública argentina), foram funcionários e gestores de meios públicos dos países que são membros plenos do Mercosul: Argentina, Brasil, Venezuela, Uruguai e Paraguai, aos quais se somou a Bolívia, como convidada.
Depois de três dias de debates, os representantes de rádios, canais de TV e agências de notícias firmaram uma carta-compromisso, definida como um “ponto de partida para construir uma estratégia de comunicação comum no âmbito do Mercosul”.
Integração
O primeiro ponto do texto destaca que o Mercosul, além de um acordo comercial, “constitui um permanente processo de integração social, política e cultural”. Esse processo “não se efetivará sem o conhecimento mútuo das diferentes realidades, sem acesso à informação, sem o conhecimento de outras culturas nacionais e das próprias ferramentas de integração regional”, continua o documento.
“A comunicação é um fator de articulação chave para as nações pertencentes ao bloco, tanto como instrumento para a divulgação e a integração de políticas, como para uma definição própria de políticas de comunicação pública convergentes entre os Estados membros”, destaca a declaração.
“Ao viabilizar esses objetivos, devemos reconhecer as assimetrias existentes na infra-estrutura comunicacional entre os países do Mercosul, as quais devem ser contempladas no futuro plano de ação do bloco”, diz o texto.
O plano de ação, que define os prazos a seguir a curto, médio e longo prazo, compreende um projeto conjunto entre rádios, agências e televisões, com o propósito de trocar informações e experiências. Nesse sentido, o texto afirma que os meios públicos “têm a tarefa de recuperar e preservar a memória de nossos povos, reconhecendo a rica diversidade cultural”, sem que isso signifique “padronizar ou subjugar as culturas”.
“A constituição de cidadania, a igualdade de oportunidades, o acesso universal à informação e aos bens culturais são objetivos que devem orientar a comunicação pública dos países que compõem o Mercosul”, conclui o documento.
O texto que será apresentado aos presidentes do Mercosul que se reúnem esta semana no Rio de Janeiro foi firmado pelo subsecretário de Meios de Comunicação argentino, Gabriel Mariotto, a vice-ministra do Ministério de Comunicação da Venezuela, Amelia Bustillo Ponte, e o diretor da Rádio Nacional do Paraguai, Carlos Maria Franco.
Também assinaram o texto: Jorge Duarte, representante da Reunião Especializada de Comunicação Social (Recs), organismo do Mercosul que impulsionou o encontro; o presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci; o gerente de Relações Institucionais do Canal 7, Luis Lázaro; o diretor da Agência Bolivariana de Noticias, Freddy Fernández; o diretor da Agência Boliviana de Informação, Grover Cardoso; e Sonia Breccia, diretora do canal Nacional do Uruguai, entre outros.
Fonte: Agência Brasil