Mais de 400 personalidades de todo o mundo, entre eles oito prêmios Nobel, assinaram um manifesto divulgado à imprensa nesta segunda-feira (7) no qual exigem que os Estados Unidos respeitem a soberania de Cuba. O texto também condena as crescentes ameaças contra a integridade territorial da ilha. Entre os signatários do manifesto estão os brasileiros Chico Buarque, Frei Betto e Oscar Niemayer, além de nomes como Eduardo Galeano, José Saramago, Ignacio Ramonet, Miguel Bonasso, Rigoberta Menchú, Desmond Tutu, Mario Benedetti e Noam Chomsky.
O documento, intitulado ‘A soberania de Cuba deve ser respeitada’, critica a postura de Washington diante do problema de saúde do presidente Fidel Castro, afastado há uma semana do poder para se recuperar de uma cirurgia abdominal. ‘Devemos impedir a todo custo uma nova agressão’, defende o documento, levando em conta a crescente militarização da política externa norte-americana. Ao final, há o endereço de uma página na internet criada especialmente para propagar o manifesto e conquistar mais adesões. Leia a íntegra do manifesto:
A soberania de Cuba deve ser respeitada
“Desde que foi comunicado o estado de saúde de Fidel Castro e a delegação provisória de seus cargos, altos funcionários norte-americanos têm formulado declarações cada vez mais explícitas acerca do futuro imediato de Cuba. O secretário de Comércio Carlos Gutiérrez opinou que ‘chegou o momento de uma verdadeira transição até uma verdadeira democracia’ e o porta-voz da Casa Branca Tony Snow disse que seu governo está ‘pronto e ansioso para outorgar assistência humanitária, econômica e de outra natureza ao povo de Cuba’, o que acaba de ser reiterado pelo presidente Bush”.
“Já a ‘Comissão por uma Cuba Livre’, presidida pela secretária de Estado Condoleezza Rice, havia destacado um informe em meados de junho ‘a urgência de trabalhar hoje para garantir que a estratégia de sucessão do regime de Castro não tenha êxito’ e o presidente Bush sinalizou que este documento ‘demonstra que estamos trabalhando ativamente por uma mudança de Cuba, não simplesmente esperando que isso ocorra’. O Departamento de Estado destacou que o plano inclui medidas que permanecerão secretas ‘por razões de segurança nacional’ e para assegurar sua ‘efetiva realização’.
“Não é difícil imaginar o caráter de tais medidas e da ‘assistência’ anunciada se tem-se conta da militarização da política exterior da atual administração estadunidense e sua atuação no Iraque. Ante essa ameaça crescente contra a integridade de uma nação, a paz e a segurança na América Latina e no mundo, os abaixo-assinados exigimos que o governo dos Estados Unidos respeite a soberania de Cuba. Devemos impedir a todo custo uma nova agressão”.
Fonte: Agência Carta Maior