Por Marcela Cornelli
O governo brasileiro ofereceu asilo à nigeriana Amina Lawal, condenada à morte por adultério na Nigéria. A oferta foi feita pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em carta enviada ao presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo. Na correspondência, Lula ressalvou que não pretendia interferir em questões internas do país africano, mas que colocava o Brasil à disposição para receber Amina por “razões humanitárias”.
“Tenho pleno respeito pela soberania da Nigéria e não desejo de modo algum interferir em assuntos domésticos de um país irmão. Estou certo de que Vossa Excelência compreenderá que minha iniciativa é exclusivamente motivada por uma preocupação humanitária, com a vida humana”, escreveu Lula a Obasanjo.
Depois da comunicação do Palácio do Planalto ao governo da Nigéria, a oferta de asilo foi reforçada por meio de cartas enviadas pelo chanceler brasileiro, Celso Amorim, ao secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, e também à Anistia Internacional. Até ontem, o Itamaraty não havia sido informado sobre a resposta do governo nigeriano à carta enviada pelo presidente brasileiro.
Amina Lawal foi condenada à morte em março do ano passado, ao ter confessado que esperava um filho apesar de estar divorciada e não ter se casado de novo. Segundo a sharia, a lei islâmica adotada nos Estados muçulmanos do norte da Nigéria, uma mulher casada uma primeira vez, mesmo depois de ter-se divorciado, é culpada de adultério se mantiver relações sexuais sem ter se casado de novo.
A gravidez é a única prova necessária para a condenação e a pena é de morte por apedrejamento. A decisão final sobre a execução de Amina será tomada no próximo dia 25. Amina Lawal é a segunda mulher a receber esta sentença. A primeira foi Safiya Husseini, que acabou sendo absolvida mais tarde.
Fonte: Site Diário Vermelho