Por Marcela Cornelli
Permanece preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na zona oeste da cidade, Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, líder da Central de Movimentos Populares (CMP), militante do Movimento de Moradia da Central e membro do Conselho das Cidades, órgão do Ministério das Cidades. Ele divide a cela com quatro outros detentos e dorme no chão. Seus advogados aguardam o julgamento do habeas corpus e do abrandamentos da pena, até o próximo dia 12, quando fará novo depoimento.
Ontem, ele recebeu visita do deputado federal da comissão de Direitos Humanos, Afonso Gil (PDT-PI) e de lideranças da CUT e da Central de Movimentos Populares. Segundo Raimundo Bonfim, coordenador da CMP, Gegê está em condições melhores do que as que enfrentava no CDP de Belém, apesar de ter quatro companheiros de cela e, ainda, dormir no chão.
Gegê foi preso, preventivamente, no dia 5 de abril, acusado de co-autoria de homicídio de um traficante que tentava criar ponto de venda de drogas próximo a um acampamento de sem-teto, coordenado por ele. A acusação foi feita por integrantes do grupo de traficantes e é negada por Gegê e por pessoas que estavam no acampamento.
O líder comunitário deveria ter dado depoimento à Justiça, em Belém, na última terça-feira, ocasião em que se previa o relaxamento de sua prisão. A audiência, entretanto, foi adiada devido a uma rebelião no Centro de Detenção Provisória de Belém, onde ele estava sob custódia. Todos os presos que não participaram do motim, como Gegê, foram transferidos.
Durante a comemoração do primeiro de maio, em São Paulo, a CUT deve fazer uma homenagem à Gegê. A central também fará um cartaz com fotos dele na prisão para pedir a sua liberdade.
Fonte: Agência Brasil