Por Marcela Cornelli
Leia abaixo a íntegra da Nota Oficial da CUT sobre o novo salário mínimo:
“A Central Única dos Trabalhadores considera lamentável o valor fixado pelo governo para o salário mínimo, de R$ 260,00. Os 1,4% de aumento real concedidos significam praticamente nada no bolso daqueles que sobrevivem desta remuneração (considerando-se estimativa de INPC de 6,84% de abril de 2003 a abril de 2004).
O pequeno aumento anunciado vai continuar deixando o bolso do trabalhador vazio e não trará estímulo ao consumo e, por conseqüência, ao incremento da produção e do emprego. A continuar neste ritmo de pequenos aumentos reais, o valor do mínimo só será dobrado em 50 anos, segundo cálculo da subseção do Dieese da CUT.
Por isso, vínhamos defendendo que, este ano, o salário mínimo fosse fixado em R$ 300,00 e que este valor dobrasse em quatro anos, como mecanismo para um novo patamar na distribuição de renda no País e para que o presidente Lula viabilizasse o seu compromisso de campanha eleitoral.
A CUT reitera que os debates a respeito do SM estão sendo conduzidos, ao longo dos anos, de maneira que beira a hipocrisia, pois não há uma política planejada para buscar a sua recomposição e o seu reajuste é feito com as “migalhas” que sobram do Orçamento e das emendas orçamentárias dos parlamentares.
A direção da CUT vai continuar insistindo para que o governo federal adote uma política visando a recuperação do salário mínimo com aumentos reais significativos, estabelecida já a partir da elaboração do Orçamento. Queremos que seja implantado – a partir de negociação com empresários, trabalhadores, Executivo e Legislativo – um processo de recuperação para que, em até 20 anos, o salário mínimo atinja o que estabelece a Constituição Federal, de ser capaz
de suprir todas as despesas de uma família de cinco pessoas (que, segundo o Dieese, hoje deveria ser de R$ 1.442,46).
Luiz Marinho
Presidente Nacional da CUT”
Fonte: CUT Nacional