A cada 15 segundos uma mulher é espancada pelo marido ou companheiro no Brasil, segundo a Fundação Perseu Abramo. Pesquisas feitas em 2003, pelos Institutos Noos e Promundo, constataram que 25% dos entrevistados confessaram o uso da violência física contra mulher pelo menos uma vez na vida. Esta forma de violência é punida com mais rigor desde a entrada em vigor da Lei Maria da Penha, no ano passado.
Mas muitas mulheres ainda enfrentam as conseqüências destas agressões freqüentes. É o que conta F.M. de 49 anos, que neste ano – por ter mais confiança na proteção que a lei oferece -, resolveu ir até a vara especializada da Justiça de Brasília [DF] denunciar a violência sofrida.
“Eu fiz a denúncia porque eu sofria agressões psicológicas e também física, mas faz tempo. Para mim a violência psicológica é a pior. Então, eu tomei esta decisão e fui à delegacia porque não agüento mais. O problema nem eram os vidros quebrados, as agressões. É por vergonha dos vizinhos, de estar sempre mudando de endereço. Meus filhos são adolescentes e andam de cabeça baixa. É como se você vivesse com o Deus e o Diabo ao mesmo tempo.”
Ela aposta na recuperação através do tratamento psicossocial oferecido gratuitamente pela vara especializada.
“Depois que tudo isto acabar eu quero trocar esta roupa velha de alma e quero uma vida nova, minha liberdade. Hoje eu subo as escadas do meu prédio e praticamente não olho para os lados, porque eu tenho vergonha. Então é por isso que eu quero uma vida nova, tirar esse véu que hoje eu uso e ver o horizonte de outra forma.”
A Lei Maria da Penha prevê pena de até três anos no de caso agressões domésticas e reconhece a violência psicológica também como agressão. A lei permite ainda a prisão em flagrante e preventiva dos agressores.
Fonte: Fenajufe, com informações da Agência de Notícias do Planalto