Por Imprensa
A mobilização e organização dos trabalhadores e o apoio da comunidade sensibilizaram, mais uma vez, a Justiça do Trabalho quanto à importância da manutenção dos 1000 empregos da Cipla/Interfibra. Através das manifestações e de apelos à Justiça, os funcionários conquistaram a suspensão dos leilões, penhora eletrônica de contas e retiradas de máquinas; a reunião de todos os processos trabalhistas das empresas numa só Vara do Trabalho; além da formação do núcleo de conciliação em primeira instância do Estado – grupo de juizes que acompanhará exclusivamente o caso.
Todas essas garantias foram obtidas dia 8 de dezembro, em audiência entre membros das Comissões de Fábrica e setor jurídico das empresas, Celso Zimath, presidente da OAB de Joinville, Marilda Rizzatti, procuradora-chefe do Ministério Público e presidente do TRT/SC, Águeda Lavorato Pereira. A presidente do TRT/SC, que foi à Joinville somente para esta audiência, considerou o caso da Cipla/Interfibra um grave problema social e demonstrou que a Justiça está aberta para negociar e ajudar a resolver a questão.
Francisco Lessa, advogado dos trabalhadores, diz que esse será o primeiro núcleo de conciliação a ser formado em Santa Catarina. “A partir de agora será bem mais fácil resolver os casos de execuções de retirada de máquinas, penhora de contas e leilões, o que dá mais segurança quanto manutenção dos empregos”, completa o advogado, membro da Comissão de Fábrica da Cipla.
A proposta de penhora de indústria – tipo de penhora que garante a indústria como forma de pagamento das dívidas à Justiça – será feita pelos trabalhadores ao juiz da Vara Trabalhista, ainda não definida, em que serão reunidos os processos. São aguardadas as iniciativas da Procuradoria do Trabalho para a nomeação judicial de administrador das empresas, assim como a participação do Sr. Paulo Roberto Pereira, Procurador do Trabalho, na gestão delas.
Os resultados foram avaliados de forma muito positiva por todos. “Tudo isso é resultado da mobilização e organização dos trabalhadores”, concluiu João Martins, da Comissão de Fábrica da Interfibra.
Desde que estão no controle da Cipla/Interfibra, em outubro de 2002, os operários lutam pela estatização delas para salvar todos os postos de trabalho e direitos. A dívida deixada pela antiga administração é contabilizada em quase R$ 600 milhões, sendo 85% com o Governo Federai (impostos e direitos trabalhistas e previdenciários não pagos).
Fonte: Cipla/Interfibra