O alvo é só um: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em reportagem publicada pelo jornal “The New York Times” nesta segunda (6/9), o correspondente do diário no Rio de Janeiro, Larry Rohter, atacou desta vez a proposta de criação do Conselho Federal de Jornalismo.
Já na primeira linha, Rohter mostra a que veio: chama o projeto de “plano do presidente” quando os autores, na verdade, foram os dirigentes da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), com amplo apoio de diversos sindicatos no país inteiro.
Diz ainda que esta seria – segundo as organizações de imprensa “que seriam afetadas pela medida” – “a mais séria ameaça à liberdade de expressão aqui desde a queda da ditadura militar de direita há duas décadas”.
Em maio, o mesmo jornalista publicou reportagem sobre supostos excessos alcoólicos do presidente e foi classificada corretamente pelo governo como “caluniosa”, “da pior espécie de jornalismo, o marrom” e que apenas o “preconceito e a falta de ética” explicam a tentativa de colocar em dúvida credibilidade do presidente.
O texto desta segunda é todo construído como se a proposta do CFJ fosse mais um indicativo da “lógica autoritária” do governo Lula. E conclui, quase no final: “Lula está sofrendo do efeito Chávez”, citando “um líder da oposição” que Rohter nem ao menos identifica.
A frase é uma referência ao presidente da Venezuela Hugo Chávez, eleito democraticamente por duas vezes e que, mesmo assim, aceitou submeter seu mandato a referendo revogatório, igualmente vitorioso.
Desta forma é fácil perceber qual é, para esta mesma direita que nunca apoiou a liberdade de expressão, o conceito de “autoritarismo”. (Fonte: CUT/RJ)