Um jovem de 19 anos foi preso em São Bento do Sul, próspera cidade mo Planalto Norte de Santa Catarina, acusado de desviar pelo menos R$ 6,7 milhões de contas bancárias e cartões de crédito através da Internet. Todo o dinheiro estava em uma conta em nome dele, que foi bloqueada.
“Ele não tinha ocupação aparente, é filho de uma servidora pública e seu pai ganha aproximadamente R$ 400 por mês, o que torna praticamente impossível que tenha juntado tanto dinheiro” – avalia o delegado da Polícia Federal Ildo Rosa.
De acordo com a polícia, o hacker estava agindo havia cerca de dois anos. Para conseguir o dinheiro, ele encaminhou mais de três milhões de e-mails para diferentes pessoas. Ao acessá-los, as vítimas acabavam permitindo a instalação, no seu computador, de um dispositivo acionado quando ela acessava o saite de alguma instituição financeira.
Quando a vítima abria a página virtual do seu banco para consultar sua conta, por exemplo, o dispositivo criava uma ficha espelho, idêntica àquela do banco. Os dados fornecidos pela vítima acabavam sendo preenchidos na ficha espelho, e o hacker ficava com todas as informações necessárias para, a partir dali, movimentar a conta bancária da vítima.
Técnicos que tomaram conhecimento do sistema, avaliaram que ele é “sofisticado”. O jovem não usava o próprio computador, mas equipamentos alugados, provavelmente para dificultar o rastreamento. Segundo o delegado, num dos computadores utilizados para as operações, foram encontrados registros de conversas eletrônicas com outros jovens nas quais ele se vangloriava de ter lesado pessoas ricas da cidade. No computador também havia foto dele contando dinheiro e referências de carros caros que diz ter comprado.
A PF acredita que ele transferia o dinheiro para a conta de “laranjas” e, depois, passava para seu nome. O rapaz também é acusado de realizar transações ilegais, com dinheiro da conta de terceiros, para pagar contas de empresas. Ele usava bloquetos para pagamento de valores que não possuem limites para quitar a dívida em nome de empresas que acabavam se beneficiando do serviço.
Os investigadores estão rastreando essas empresas, que pagavam um valor menor que o débito existente e ganhavam em troca um comprovante de quitação no valor integral, após pagar uma comissão ao hacker.
O hacker estava sendo investigado desde o final do ano passado e foi preso na casa onde morava com os pais, depois que a Justiça decretou sua prisão. Ele está preso em Florianópolis, e a Justiça negou o pedido de habeas corpus solicitado por seu advogado.
A PF alegou que, para não prejudicar as investigações complementares, por ora não poderá ser informado o nome do preso.
Fonte: Espaço Vital, com informações do Diário Catarinense