As especulações dos grandes veículos de comunicação sobre o reajuste salarial dos servidores continuam e os ataques têm se intensificado a cada novo fato. Nas duas últimas semanas, desde o envio, ao Congresso Nacional, da LOA de 2012 sem os valores do PCS e do recuo da presidente da República, Dilma Rousseff, em enviar mensagem corrigindo a proposta, mas sem garantir o acordo para votar o PCS, os principais jornais do país não ficaram pelo menos dois dias sem mencionar a reivindicação da categoria. A ofensiva é tamanha que o jornal Folha de São Paulo lançou, na última segunda-feira [05], em sua página na internet uma enquete em que pergunta aos leitores se são favoráveis ou não ao reajuste dos servidores do Judiciário Federal. A enquete traz o seguinte conteúdo: “Você concorda com o reajuste para servidores do Judiciário? [ ]Sim, o aumento pedido pelo Judiciário é justo e precisa estar previsto no Orçamento do ano que vem. [ ] Não, o governo já anunciou que precisará enxugar gastos no ano que vem e reajustar salário do Judiciário não é prioridade”.
Com a intenção de reforçar o jogo do governo e de outros setores que atuam contrários aos interesses dos trabalhadores, a Folha reforça o papel, que muito bem vêm desempenhando os principais veículos da grande imprensa, de tentar colocar a sociedade contra a justa reivindicação dos servidores. No entanto, o tiro vem saindo pela culatra e até o fechamento desta matéria 70% [31.625 votos] dos internautas votaram no “sim” e 30% [13.502 votos] no “não”. Ao todo, foram computados 45.127 votos.
Desde o início da campanha da categoria pela aprovação dos planos de cargos e salários, a Folha de São Paulo e os outros jornais atuam para formar um posicionamento efetivamente ao inverso dos interesses dos servidores. Na verdade, cumprem a linha que já seguiram em outras batalhas pelo PCS, ao lado do governo e de outros setores conservadores da sociedade. O Correio Braziliense, por exemplo, quase que diariamente, traz informações a respeito da reivindicação da categoria, com declarações contraditórias dos mais variados segmentos. Suas edições nas últimas semanas ora trazem falas de representantes do governo, afirmando que não há acordo em votar o PL 6613/09, ora de líderes do Legislativo, defendendo uma resolução para o impasse, ainda que seja a aprovação de uma tabela salarial menor. As intenções das matérias, no entanto, são sempre as mesmas: confundir a categoria, que precisa estar unida para construir um intenso processo de luta nos próximos meses; e jogar os demais setores da classe trabalhadora contra os servidores do Judiciário Federal e do MPU, com o falso argumento de que já recebem altos salários.
No caso da Folha de São Paulo, a sua intenção de defender os interesses que não sejam os dos servidores é reforçada, ainda mais, com o fato de que, até agora, o próprio jornal não publicou uma linha sequer sobre o resultado parcial da enquete. A Fenajufe avalia que para enfrentar esses ataques, a única alternativa da categoria é a unidade e a mobilização em nível nacional, que precisa ser intensificada nas próximas semanas.