Na manhã dessa segunda-feira [29], os participantes do 7º Congrejufe estiveram inseridos em um período de intensa discussão. Divididos em 10 grupos, os delegados estabeleceram pautas prioritárias e as debateram, definindo pontos centrais que deram origem às resoluções que serão levadas às plenárias finais.
No Grupo 1, as pautas foram, majoritariamente, conjuntura nacional e internacional e plano de lutas. De acordo com Jacqueline Albuquerque, do Sintrajufe- PE e coordenadora da Fenajufe, o tempo limitado foi decisivo para o foco do primeiro grupo nas teses que avaliavam o panorama político-econômico atual. “A crise tem sido a tônica para analisar e pensar como a federação poderá se contrapor as suas consequências. Detalhamos quais os desafios que a nossa Federação terá daqui em diante”, afirmou.
Segundo a sindicalista, o grupo também se focou na discussão do papel da Fenajufe, realizando um balanço dos últimos três anos de atuação da Federação. “Avaliamos como um balanço positivo da sua ação, no que pesem nossas diferenças. Ela foi capaz de encaminhar a luta pelo Plano de Cargos e Salários, que se concretizou com a greve e resultou no envio do projeto ao Congresso Nacional. E também as outras demandas que acompanhadas por ela, e que têm andado muito ao lado com as atividades convocados pela Central Única dos Trabalhadores [CUT]”, enfatizou.
No Grupo 2, o debate de conjuntura rendeu um percurso por temas como a luta pela redução da jornada de trabalho, o fim do superávit primário, a revogação da Lei de Responsabilidade Fiscal e a reforma agrária. Berilo Leão, coordenador da Fenajufe e representante do Sindjus-DF, salientou outra preocupação do grupo: “O debate foi bem forte sobre as questões raciais, com base na tese 20 do caderno de teses, e discussão das cotas nas universidades e no serviço público”. Os delegados desse grupo também apontaram como temas centrais a reação contra o repasse de recursos públicos aos bancos e empresas capitalistas, assim como as lutas contra todo e qualquer tipo de terceirização e pela liberação de dirigentes sindicais e servidores em eventos realizados por suas entidades representativas.
Os participantes reunidos no Grupo 6 priorizaram organização sindical e o debate sobre a desfiliação da Federação da CUT. Saulo Arcangeli, coordenador da Fenajufe e diretor do Sintrajufe-MA, salientou a inclusão de pautas como a participação da Fenajufe na Coordenação Nacional dos Servidores Públicos Federais [Cnesf], a posição contrária ao desconto do imposto sindical dos servidores da Justiça Federal, aprovado pelo Conselho de Justiça Federal [CJF], a participação da Fenajufe no GT de Negociação Coletiva e a avaliação dos reflexos da crise econômica para os trabalhadores. “O último ponto foi a discussão do plano de lutas da categoria, quando também aprovamos várias resoluções, tanto sobre as lutas gerais quanto específicas. O grande foco foram os projetos de revisão salarial [PL’s 6613 e 6697] e os ataques do governo Lula aos servidores”, disse Arcangeli.
O delegado Cledo Vieira, diretor do Sindjus-DF, esteve no Grupo 8. Para ele, os temas mais polêmicos na discussão foram a reação à possível aprovação do PLP 549/09 na Câmara e a implementação do novo PCS da categoria, além de outras lutas, como a redução da jornada de trabalho. “Ficamos em torno de duas horas e meia em debate, contemplando tudo isso: plano de lutas, jornada de trabalho, saúde do trabalhador e o plano de carreira, que é a grande reivindicação da categoria no momento”, destacou.
Já as políticas permanentes foram abordadas pelos delegados envolvidos no Grupo 9, conduzido pelo coordenador da Fenajufe e diretor do Sintrajufe-RS, Zé Oliveira. “Elencamos alguns pontos para o grupo, como assédio moral, gênero, direitos LGBT, software livre, comunicação e meio ambiente. Por causa do tempo, conseguimos aprofundar o debate principalmente na questão do assédio moral”, explicou. O grupo trabalhou em cima das teses apresentadas, propondo que a Federação assuma um papel de orientação junto aos sindicatos de base e que todas as denúncias sejam encaminhadas para apuração. “Resumindo, visamos ao esclarecimento junto aos servidores e ao fim dessa prática absurda, que atinge à categoria em todo o país”, acrescentou.
Também participante do Grupo 9, Marcos Santos, coordenador da Fenajufe e representante do Sindjus-PB, declarou que o assédio moral é praticado de forma institucionalizada e constitui um paradigma a ser vencido. “Ficou claro que um dos papéis da Fenajufe é combater essa prática em todos os seus níveis, graus e formas. Eu mesmo, enquanto dirigente sindical respondo a dois processos, um criminal e um cível, por defender servidores que sofreram assédio moral. Já o nosso sindicato, pelo mesmo motivo, responde a um processo cível”, finalizou.
Simone Faustino – De Fortaleza