Por Marcela Cornelli
A CUT-SC, juntamente com outras entidades, organizou as atividades que marcarão o Grito dos Excluídos desse ano em todo Estado. O Grito tem entre seus objetivos denunciar a exclusão social causada por um modelo econômico injusto, concentrador e excludente, questionar toda forma de dominação e dependência, anunciar valores e caminhos em função da construção de uma sociedade nova. Com o lema “Tirem as mãos … O Brasil é nosso chão” a população irá às ruas nesse 7 de setembro para protestar contra a implantação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), entre outros. Em 2005 poderemos voltar a viver de maneira parecida com os primeiros habitantes do país. Ou seja, submetidos a um novo tipo de colonização. Esse é o objetivo final da Alca. Ou seja,o domínio norte-americano no setor econômico, político e militar sobre a América Latina e o Caribe. “A Alca só será bom negócio para os americanos. Nós ficaremos com o aumento do desemprego, redução de salários e direitos, perda da soberania nacional”, completou o presidente da CUT-SC, Paulo Roberto Gonçalves.
Plebiscito- Esse ano a população quer um plebisicito oficial sobre a Alca. Mais de 10 milhões de pessoas votaram no plebiscito realizado no ano passado, organizado pela Coordenação Nacional do Grito dos Excluídos, e a maioria se manifestou pela retirada do Brasil nas negociações da Alca. “Agora é necessário que o governo brasileiro realize um plebiscito oficial para que mais pessoas possam se manifestar”, lembrou o presidente da CUT-SC. Um abaixo-assinado solicitando o plebisicito oficial será encaminhado ao governo federal.
O projeto de acordo comercial ,apresentado pelos EUA, pretende reunir num mesmo bloco comercial a maior potência do planeta (EUA) e 33 outros países (entre eles o Brasil) que juntos têm três vezes mais habitantes que os EUA e um PIB três vezes menor. Os EUA sozinhos, como potência hegemônica mundial, controlam 75,7% do PIB continental, seguidos ao longe por Brasil e Canadá, com respectivamente 7,2% e 5,5%. Em seguida situam-se México e Argentina, num patamar em torno de 3%. A partir daí, todos os demais países da região individualmente respondem por 1% ou menos do PIB continental. Para o Brasil, por exemplo, as consequências serão desastrosas. A isenção de tarifas para os americanos acaba com uma das únicas maneiras de países como o nosso se protegerem da concorrência desleal com empresas estrangeiras. O resultado será a quebradeira das empresas nacionais, mais desemprego, redução de salários e direitos, privatização total de setores essenciais como saúde e educação, privatização das últimas estatais, controle tecnológico americano, perda do controle energético e da água, controle militar americano em território nacional. Juntos, os PIBs dos países da Alca somariam US$ 11,5 trilhões. Os americanos são donos de US$ 8 trilhões. Em todo o estado as microrregionais da CUT-SC programaram atividades para o 7 de setembro.
Fonte: CUT/SC