Cerca de 500 servidores estiveram nesta terça-feira [18] na porta do TRT da rua Mato Grosso, no Barro Preto, em Belo Horizonte, para mais um dia de atividades dentro da greve dos servidores do Judiciário Federal, deflagrada no dia 12 em Minas. O ato contou com a presença de servidores de Contagem e de Sete Lagoas, além dos grevistas de Belo Horizonte.
Fernando Neves, diretor jurídico do sindicato, saudou os participantes e elogiou a presença dos servidores do interior, ressaltando a importância dessa união para pressionar o governo pela aprovação do PL 6613/09. Frente a informes que o sindicato recebeu de que, em algumas varas e cartórios os servidores gostariam de aderir à greve mas não podem, por serem convocados para trabalhar por seus diretores, Neves esclareceu que “o papel dos diretores é mesmo chamar para trabalhar, mas então cabe ao servidor dizer ‘estamos em greve e vamos cumprir somente o que manda a lei [[30% das atividades]’ e lembrá-lo que a greve é de todos e, quando a revisão sair, ele também a receberá”, disse.
O presidente do Sitraemg, Alexandre Brandi, tranquilizou os servidores das Justiças Federal, Trabalhista e Eleitoral presentes quanto aos boatos de corte de ponto e também sobre o que seriam, afinal, os serviços essenciais que devem ser mantidos – que seriam o atendimento no balcão, digitador de audiência e atermação. Quanto ao ponto, ele tornou a frisar que o sindicato reuniu-se previamente com as administrações de todos os tribunais e que todos prometeram não retaliar os grevistas, pois, apesar de ter um papel diferente, não é interesse dos gestores prejudicar os servidores. Além disso, como ele também informou, não há nenhum comunicado oficial destes tribunais que diga que os servidores em greve perderão seus dias.
O diretor Alexandre Magnus saudou os participantes do ato de ontem e elogiou a “energia da greve em Belo Horizonte” – que ele disse pretender levar para o grande ato que acontecerá nesta quarta-feira [19], em Juiz de Fora, onde os servidores fazem uma concentração das 12h às 14h, em frente ao Foro local da Justiça do Trabalho. Ele também traçou um paralelo entre as ameaças que certos projetos de lei do governo representam para os servidores públicos e a situação na Grécia, país europeu abalado por uma profunda crise econômica. “O FMI [Fundo Monetário Internacional] deu bilhões de dólares para a Grécia e em troca exigiu que o país congelasse os salários de seus trabalhadores. Agora, me digam, o que é que o Brasil está fazendo ao votar um projeto como o [PLP] 549/09, se não é a mesma coisa?”, questionou Magnus, alertando que a greve é a única força capaz de barrar esta situação, como aconteceu nas lutas para conquistar os três PCS anteriores [1996, 2002 e 2006].
Passeata dia 21
Finalizando as atividades de ontem, foi feito um chamado para os próximos atos e para que todos os servidores, das três justiças, concentrem-se na porta do TRE [na avenida Prudente de Morais, 100] na sexta-feira, dia 21, às 13h, para juntos saírem em uma grande passeata que seguirá até a porta do prédio da Justiça federal [avenida Álvares Cabral, 1805].
O quadro da greve em Minas
Em Minas Gerais há dez cidades já em greve: Diamantina, Montes Claros, Pium-í, Tombos, Uberaba, Teófilo Otoni, Rio Piracicaba, Uberlândia, Sete Lagoas e Contagem. Na capital, além do TRE, no qual a adesão à greve é de cerca de 80%, há seis varas da Justiça Federal fechadas e outras 16 da Justiça do Trabalho também paradas [1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, 14ª, 15ª, 19ª, 32ª, 33ª]. Os agentes de segurança e oficiais de justiça confirmaram sua adesão à greve e estão trabalhando em regime de plantão, atendendo somente os 30% de demandas exigidas por lei – fora isso, são 60% já parados.
Fonte: Sitraemg-MG