Uma greve convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) francesa paralisou ontem (10) o país. Mais de um milhão de trabalhadores saíram às ruas das cidades francesas, demandando melhores condições de trabalho, melhores salários e a manutenção da jornada de 35 horas. Os trabalhadores do setor da Saúde, do Transporte, da Aviação, Ferroviários e das Comunicações, assim como professores e médicos participaram do protesto.
A convocação para suspender as atividades afetou pelo menos 55 cidades do país, entre elas Marselha (100 mil), Toulouse (50 mil) e Paris (150 mil), onde a mobilização afetou pelo menos 80% dos trens suburbanos e 75% do metrô.
O aeroporto parisiense de Orly funcionou com apenas 25% de sua capacidade e pôde efetuar apenas 25 aterrissagens. O aeroporto internacional de Roissy-Charles de Gaulle funcionou com 75% de sua força de trabalho, e registrou apenas 38 pousos e 40 decolagens.
A greve geral, que constitui o momento culminante de uma semana com protestos feitos por mulheres, cientistas, estudantes e médicos, também afetou o serviço de correios, as escolas públicas e foi acompanhado por trabalhadores de várias empresas privadas.
Os sindicatos exigem que o governo centro-direitista do primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin reconsidere o pequeno aumento salarial estipulado para este ano, que foi de apenas 0,5%.
Neste sentido, o secretário-geral da CGT, Bernard Thibault, disse ter esperança de que a greve obrigue o gabinete a dar respostas mais convincentes às exigências dos trabalhadores.
Os trabalhadores manifestaram-se contra as intenções do gabinete de aumentar o valor das mensalidades do sistema de saúde, de reduzir as aposentadorias aos funcionários do Estado e de introduzir uma polêmica reforma na educação de nível médio do país.
“Nosso objetivo é claro: trabalho, salário e 35 horas”, declarou Thibault ao diário Le Parisien, no qual destaca a necessidade das autoridades francesas retirarem os planos de “flexibilizar” as leis em relação à jornada de trabalho.
A greve também põe um fim aos esforços da equipe do presidente francês, Jacques Chirac, de criar um ambiente favorável no país para, em maio próximo, levar a cabo o referendo sobre o texto da Constituição da União Européia. A maioria dos franceses tende a rechaçar o texto da Constituição.
Fonte: Diário Vermelho, com informações da Prensa Latina