Na foto, colegas da JF em Itajaí decidem pela Greve dia 28
A Greve Geral de sexta-feira, 28, vai fazer história. As adesões crescem em todo o país e em Santa Catarina, com trabalhadores de várias categorias e servidores públicos dispostos a parar o Brasil contra o desmonte da Previdência. São os rodoviários, metroviários, aeroviários, bancários, professores, metalúrgicos, policiais e, é claro, os trabalhadores do Judiciário Federal.
Em Florianópolis, a concentração será na Justiça Federal e nas Varas do Trabalho na Beira-mar Norte, onde os servidores fazem Ato às 15 horas. A Amatra12, a convite do Sintrajusc, já confirmou presença na atividade. Fora da Capital, os colegas também já estão se organizando e desde segunda-feira chegam confirmações de adesão à Greve: Vara Federal de Chapecó, de Criciúma e de Itajaí; Varas do Trabalho de Joinville, de Xanxerê, de Itajaí e de Balneário Camboriú. Os colegas da Justiça do Trabalho em Lages param à tarde para debater o projeto e suas consequências para os servidores. Os colegas da Justiça do Trabalho em Criciúma tem Assembleia hoje, e os de Chapecó amanhã. O MPT e MPU em Santa Catarina também irão entrar no movimento.
Lembramos que a Greve será o dia todo, com atividades programadas, e desde cedo cada um deve se dirigir ao seu prédio. As atividades na Justiça do Trabalho irão se concentrar no prédio das Varas do Trabalho, na avenida Beira-mar Norte.
Tribunais do Trabalho terão expediente suspenso na sexta-feira, nas unidades judiciárias e administrativas. Já confirmaram a suspensão Bahia, Mato Grosso e Minas Gerais. O Sindicato solicitou ontem que o TRT, TRE e Justiça Federal adotem medida semelhante em Santa Catarina, mas ainda não houve retorno do TRE e da JF. O TRT respondeu hoje que, "muito embora se reconheça a relevância das reivindicações e, não obstante as ponderações do requerente, não se verificam, por ora, razões a justificar o atendimento do pedido, por falta de amparo legal".
REVOLTA E DISPOSIÇÃO PARA A LUTA
Coordenadores do Sindicato estão visitando colegas nas unidades e o clima é de revolta pelo ataque aos servidores na proposta de desmonte da Previdência e muita disposição para enfrentar o governo e o Congresso Nacional. A reforma da Previdência de Michel Temer (PMDB) estabelece idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, requisito que deve ser observado inclusive pelos colegas que ingressaram antes de 2003 para poder garantir paridade e integralidade. Ou seja, toda a categoria será atingida!
Todos esses ataques vêm sendo encaminhados por um governo e um Congresso envolvidos até o pescoço em escândalos de corrupção. Boa parte dos ministros, deputados da base aliada e o próprio Temer constam de diversas delações, inquéritos e processos em andamento para investigação de casos de corrupção. Que legitimidade eles têm para seguir arrancando nossos direitos?
AUMENTAR A PRESSÃO
Nossa resposta precisa ser dada com muita mobilização. Após as fortes paralisações e atos de 15 e 31 de março, o governo viu aumentarem suas dificuldades para aprovar o desmonte da Previdência e chegou, inclusive, a ensaiar alguns recuos na proposta original. Agora, é hora de aumentar a pressão e construir uma grande Greve Geral no dia 28 de abril que efetivamente possa parar o Brasil para derrotar o "projeto Temer" de retirada de direitos!
Na sexta-feira, o Judiciário vai parar, o Brasil vai parar! Quer se aposentar? Não aceita ser tratado com tamanho desrespeito? Então, no dia 28 de abril, não trabalhe: lute! AGORA É GREVE GERAL! Com informações do Sintrajufe
NA LUTA PELA APOSENTADORIA, EU PARO DIA 28
Eu paro no dia 28 de abril para evitar que, com a reforma da Previdência, mais aposentados trabalhem doentes, viúvas passem fome e jovens órfãos de esperança tenham que largar a escola para trabalhar cada vez mais cedo, sem a expectativa de um dia se aposentar. Também paro para impedir que a história de mais de 100 anos de luta dos trabalhadores seja jogada na lata de lixo com a reforma trabalhista. Lembremos que a CLT não foi uma doação de Vargas, mas, sim, a consolidação de vários direitos conquistados antes de 1943 à custa de muito sangue, suor e lágrimas. Aliás, neste ano de 2017, faz 100 anos da primeira greve geral no Brasil feita para reivindicar esses mesmos direitos que agora se encontram ameaçados.
Adailton Pires Costa, Justiça do Trabalho
Dia 28 eu paro para mostrar ao governo que mexer com o projeto de vida de milhões de pessoas, de forma casuística e apressada, não é tolerável nem para o mais pacato cidadão.
Lusmarina Silva, Justiça Federal
Quando políticos, empresários e especuladores gananciosos querem subtrair diversos direitos dessa e das futuras gerações, o dia 28 significa uma data fundamental para que todos paralisem as atividades e digam não ao retorno à escravidão.
Luiz Severino Duarte, Justiça do Trabalho
No dia 28 eu paro pelos meus netos, que poderão não ter futuro. Eu paro pelos servidores cujos olhos já mostram desesperança. Eu paro pelos servidores jovens, que talvez não tenham uma história para contar; pelos trabalhadores que, quando param, aguentam as consequências com força, determinação e garra, como os motoristas e cobradores em Florianópolis. Eu paro porque, se não parar, logo, logo não mais temos razões para parar.
Denise Zavarize, Justiça do Trabalho