Por Marcela Cornelli
A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Empresas de Crédito (Contec) entrou com um pedido de díssidio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para tentar resolver o impasse entre os bancários e bancos. A ação representa os servidores do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, mas o resultado pode valer para todo o país. Segundo o presidente da Contec, Lourenço Prado, já estão marcadas audiências conciliatórias com representantes do Banco do Brasil e da Caixa na tarde desta quarta-feira. O mediador será o presidente do TST, ministro Vantuil Abdala.
Se não houver um acordo sobre o pedido de reajuste salarial dos bancários, o TST sorteará um dos ministros integrantes da Seção de Dissídios Coletivos (SDC) para a relatoria dos dois processos. Em seguida, o tema será objeto de parecer do Ministério Público do Trabalho (MPT). Após essa etapa, a questão segue para julgamento da SDC. O presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB), Vagner Freitas, é contra o pedido de dissídio na Justiça. A história, segundo sua análise, tem mostrado resultados ruins quando a questão chega aos tribunais. “O ajuizamento é um retrocesso e vai enfraquecer a luta dos trabalhadores com o fracionamento da categoria”, concluiu.
Os bancários de São Paulo, Osasco e região, que somam 106 mil trabalhadores de um total de 400 mil em todo o país, decidiram em assembléia manter posição contrária à entrada de pedido de dissídio coletivo. A proposta já havia sido rejeitada na última sexta-feira. Os bancários paulistas decidiram também continuar a paralisação por tempo indeterminado e pela tentativa de fortalecer o movimento nos bancos privados. Apóiam a proposta os bancários de Brasília, Rio de Janeiro e do Maranhão.
Os bancários, que inicialmente estavam reivindicando 25% de reajuste salarial, chegaram a apresentar à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) uma nova proposta de 19% de reajuste com R$ 1.500 de abono. A Federação e os bancos oficiais rejeitaram o pedido e mantiveram os reajustes que variam de 8,5% a 12,67% e mais uma cesta alimentação no valor de R$ 217,00. No dissídio, a Contec pede aumento salarial de 25%, reposição das perdas salariais acumuladas entre setembro de 1994 e agosto de 2004 e participação nos lucros e resultados.
Fonte: Portal Vermelho