Por Marcela Cornelli
Segundo o comando de greve da Polícia Federal em Santa Catarina, a aralisação mantém 100% de adesão entre policiais, peritos e papiloscopistas no quarto dia do movimento no Estado. Apenas elegados seguem trabalhando.
Os policiais seguem acampados em frente ao prédio da Polícia Federal em Florianópolis, onde apenas o serviço de emissão de passaportes especiais está sendo realizado. Os passaportes estão sendo confeccionados apenas para casos como o da aposentada Ivone Barros, de 66 anos. Ela conseguiu obter seu documento em pouco mais de uma hora. Na próxima quarta-feira, ela embarca para San Francisco, nos Estados Unidos, para acompanhar o casamento da filha. “Se depender da gentileza com que fui ratada aqui faço votos de que a greve obtenha sucesso”, disse Ivone.
Apenas outros dois passaportes foram emitidos ontem na Capital, ambos para pessoas que precisariam viajar ao exterior com finalidade comercial.
Os advogados gerais da União, parados há dois dias, e os técnicos da Receita Federal, que fizeram um dia de protesto na quarta-feira, retornaram ontem ao trabalho. O delegado em Santa Catarina da Associação dos Advogados da União, Caio Wolff, confirmou para a próxima semana o início da greve por tempo indeterminado. A greve da Receita está marcada para abril.
Em Brasília, o secretário nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, reconheceu ontem que a greve da Polícia Federal atrasa as investigações sobre o assassinato dos quatro funcionários do Ministério do Trabalho em Unaí (MG), em 28 de janeiro. Miranda disse, porém, que, como integrante do PT, não poderia ser contra o movimento revista. “Espero que cheguemos o mais rápido possível a um acordo”, disse. Ele quer que a investigação na cidade mineira seja rigorosa, mesmo que, para isso, seja preciso mais tempo na apuração.
Fonte: Sinpofesc