Por Marcela Cornelli, jornalista/Sindsaúde
Na tarde desta segunda-feira, dia 26 de novembro, cerca de 20 pessoas, representando entidades e centrais sindicais e movimentos sociais de Florianópolis que apoiam a Greve dos trabalhadores da saúde estadual, foram até o Centro Administrativo do Governo do Estado, na SC 401, tentar marcar uma audiência com o governo para tratar do impasse da greve que já dura mais de um mês. Os sindicalistas e representantes dos movimentos sociais foram recebidos com truculência e gás de pimenta, sendo que três sindicalistas conseguiram entrar no prédio e os demais foram empurrados para fora e as portas do Centro Administrativo foram trancadas a chaves.
No dia 1º de novembro já havia sido protocolado um documento assinado pelas entidades solicitando uma audiência com o governo. Até o dia de ontem não havia resposta ao pedido e por isso as entidades foram pessoalmente cobrar do governador que receba os sindicatos, bem como o SindSaúde, para dialogar e apresentar proposta para as demandas do movimento.
Os sindicalistas que não puderam entrar ficaram do lado de fora em vigília esperando os três companheiros que entraram a serem recebidos. Depois de algumas horas esperando um dos sindicalistas que estava lá dentro veio dar um informe e foi impedido de voltar. Só entrou novamente devido a insistência dos manifestantes. Um dos guardas se exaltou e empurrou uma das mulheres, a dirigente sindical e presidente do Sindpd, Jeanine Santos da Silva. Os demais dirigente sindicais saíram na sua defesa e foram atingidos com gás de pimenta, muitos ficando com olhos inchados e dificuldade de respirar.
Após a atitude arbitrária e vendo que os dirigentes sindicais não se dispersaram e insistiam em uma audiência, veio então a notícia de que o Coordenador Executivo de Negociação e Relações Funcionais do governo, Décio Vargas, iria receber as entidades apoiadoras do movimento no auditório da Secretaria de Estado da Administração, nesta sexta-feira, dia 30/11, às 10h30min. No entanto, o governo não aceitou a presença dos diretores do SindSaúde nessa reunião, mostrando intransigência e falta de disposição para o diálogo.
É triste e revoltante ver que uma trabalhadora e sindicalista precisou ser agredida para tal reunião ter sido marcada. Foi uma covardia, mas esperamos que nesta reunião o governo se sensibilize com a situação da greve e mostre vontade política de resolver o impasse, causado por ele mesmo, pois os trabalhadores só reivindicam o que lhes é justo, condições de trabalho e melhorias salariais. Nos hospitais faltam servidores e medicamentos o ano todo, mas o governo e a imprensa burguesa insistem em dizer que a culpa é da greve.
Todos os movimentos sociais e sindicais devem ficar atentos, afinal, se para solicitar uma audiência com o governo somos recepcionado com gás de pimenta, imaginem o que vem por ai nesse governo truculento e quem não cumpre suas promessas de campanha, como dizia que ia ter a saúde e as pessoas em primeiro lugar.