Governo quer jogar discussão de reajuste para o ano que vem

 Avaliação do movimento: só a greve pode reverter esta posição

 

Por enquanto, a posição do governo em relação à greve do Judiciário é nenhum reajuste este ano e “discutir uma solução para o ano que vem”, sem nada de concreto e sem nenhuma garantia. “Não vamos dar reajustes salariais, não temos previsão orçamentária”, afirmou o Ministro do Planejamento Paulo Bernardo, em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, publicada ontem. Isto sequer pode ser considerado uma proposta e deixa evidente a necessidade da greve crescer para mudar o quadro.

A cúpula do Judiciário abriu um canal formal de negociações com o governo a partir de reunião do presidente do TSE com o Ministro do Planejamento, exclusivamente para tratar do PCS, na quarta-feira passada. O diretor geral do STF, Alcides Diniz e o diretor de RH, Amarildo Vieira são os interlocutores designados por Peluzo para a negociação e já estão preparando estudos para “desmontar a ideia que o ministro Paulo Bernardo passou em suas declarações na imprensa de que o nosso reajuste é ilegal e inconstitucional”, segundo afirmou Amarildo, ontem, a membros do Comando de Greve. Os cálculos do governo estão superestimados. Um encontro entre Peluzo e Lula par a tratar do PCSjá está sendo agendado pela Casa Civil, segundo informou ao comando o gabinete da presid6encia do STF. A Fenajufe está reivindicando ao STF e ao TSE a participação nas reuniões de negociação entre o Executivo e a cúpula do Judiciário e já encomendou à assessoria econômica estudo sobre quanto arrecadam os órgãos do Judiciário Federal para servir de base nos argumentos favoráveis à revisão salarial durante o processo de negociação.

O processo de negociação tomou impulso nesta semana movido pela pressão da greve que cresce em todo o país e é o principal elemento a nosso favor. A greve nos coloca na mídia. A mídia pressiona por uma solução e as autoridades se apressam para resolver. As negociações pra valer ainda não começaram. Por enquanto apenas está sendo preparada uma mesa de negociação. O ritmo e o rumo dos trabalhos será dado pela força da greve.

Por isso, fazemos um apelo a todos os que ainda não se decidiram a discutirem nos seus locais de trabalho e virem para o movimento o quanto antes. Se a greve não crescer mais e rapidamente, nada se resolverá e o Ministro do Planejamento conseguirá seu intento de jogar a discussão para o ano que vem. É isso que queremos? Se não é, vamos dar nossa resposta juntos na greve. Este movimento é de todos e precisa ser construído por todos. Cada um tem sua responsabilidade.