Por Janice Miranda
Redução da pobreza, desenvolvimento econômico, democracia e combate à corrupção são os temas que os líderes de 34 dos 35 países do continente americano concordaram em discutir na semana que vem em Monterrey, no México, durante a Cúpula das Américas.
Analistas advertem que alguns países, em especial os Estados Unidos, devem tentar incluir nas margens da reunião discussões sobre a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), tema que o Brasil abertamente se opõe a discutir no encontro.
Em entrevista exclusiva à BBC Brasil, o embaixador brasileiro em Washington, Rubens Barbosa, disse que não negociar assunto ligados à Alca foi uma das condições colocadas pelo Brasil para aceitar participar da reunião em Monterrey.
“O Brasil acredita que as discussões a respeito da Alca têm de ser feitas nos foros apropriados para isso e não neste encontro, que é uma reunião extraordinária”, disse o embaixador.
Retórica
“Houve uma reunião ministerial em Miami em dezembro que tratou deste assunto, e achamos que modificações ao que já foi acertado só devem acontecer em outra reunião deste tipo.”
No entanto, o representante permanente dos Estados Unidos junto à Organização dos Estados Americanos (OEA), John Maisto, já deu a entender que é natural que a formação da Alca seja discutida na cúpula.
“Todos os encontros que se realizaram desde 1994 têm o objetivo de chegar a uma Área de Livre Comércio das Américas”, disse ele em uma entrevista coletiva no fim de dezembro.
Na mesma ocasião, ele admitiu, contudo, que o foco da cúpula não será a Alca.
“Sei que essa é a retórica dos Estados Unidos (de que o caminho para o desenvolvimento é a abertura comercial), mas nem todos os países que realizaram uma abertura ampla necessariamente cresceram, e há outros temas essenciais ao desenvolvimento que queremos discutir”, disse Rubens Barbosa.
Fonte: BBC Brasil