Por Marcela Cornelli
Possíveis mudanças no texto da reforma da Previdência que tramita no Senado também foi pauta do encontro hoje do presidente Lula com os governadores.
Ao contrário do que fez com os servidores e suas entidades representativas, o governo ainda quer dialogar com os governadores para saber se pode ou não mudar o texto no Senado.
Durante a reunião, os governadores avisaram ao líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), que só aceitam ajustar a fixação do subteto salarial do executivo estadual.
“Os governadores pediram que fosse mantido na íntegra o texto aprovado na Câmara”, disse Mercadante.
Todos foram unânimes em rejeitar a criação de uma faixa de isenção para aposentados e pensionistas acima de 70 anos e/ou com doenças incapacitadoras para o trabalho.
A sessão da Comissão de Constituição e Justiça foi adiada para amanhã justamente para o governo ganhar tempo para negociar com os governadores.
Segundo o líder tucano, Arthur Virgílio (AM), a oposição poderia aceitar votar o primeiro turno no plenário no dia 8 de outubro, um dia depois de terminada a votação na CCJ.
O entendimento entre governo e oposição não inviabilizaria outras tentativas de mudanças no plenário do Senado, mas facilitaria o andamento da matéria e, principalmente, manteria aberto o canal de negociação para a reforma tributária.
O governo, no entanto, está numa verdadeira sinuca de bico. Mantém o acerto com os governadores e bate de frente com a oposição no Senado. Ou altera a reforma e abre uma crise com os Estados.
No final do dia, os líderes dos partidos de oposição e do governo voltam a reunir-se para discutir o acordo. Na ocasião, também voltará a ser negociada a indicação do relator da reforma tributária.
Este é outro ponto sobre o qual há divergências. Enquanto o governo quer um aliado no cargo – a indicação caberia ao PMDB – o PFL reivindica a relatoria.
Da Redação com informações da Agência Brasil