Milhares de trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) de todo o país decidiram, ontem, 13 de setembro, entrar em greve pelo reajuste salarial de 47,17%, piso de 931,95, vale alimentação/refeição de R$ 20,00 e cesta básica de R$ 200,00. Atualmente, o salário médio é de apenas R$ 500,00.
Em entrevista ao Portal da CUT, Rogério Queiroz Trabuco, do comando nacional de negociação e coordenador do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em São Paulo, frisou que a paralisação tem por objetivo garantir um acordo salarial digno, sem intransigência nem imposição da empresa, e ampliar a mobilização contra a entrega do monopólio postal ao parasitismo privado.
Unidade
Em meio à forte chuva que caiu sobre São Paulo na noite de terça-feira, milhares de ecetistas levantaram faixas e cartazes dos diferentes Centros de Distribuição Domiciliar (CDDs), Centros de Entrega de Encomenda (CEEs) e Centros de Triagem de Cargos (CTCs), e decidiram cruzar os braços. Ao todo, são 19.500 trabalhadores da ECT na capital paulista.
“Com uma proposta inteiramente insuficiente, a empresa buscou o confronto. Com unidade e luta, vamos intensificar os piquetes, ampliar a mobilização e conquistar o que é nosso”, afirmou Trabuco, chamando a categoria a aderir o movimento com o sindicato. “Somos 109 mil trabalhadores no país, mais de 30 mil no Estado de São Paulo. Vamos mostrar a nossa força por melhores condições de vida e trabalho, mas também pela manutenção dos Correios como serviço público de qualidade”, enfatizou.
Injustiça
De acordo com os trabalhadores da ECT, os mais de dois mil cargos comissionados consomem 70% da folha de pagamento da empresa, com salários superiores ao do próprio presidente da República, enquanto os 30% restantes são repartidos entre 109 mil funcionários.
Os trabalhadores também denunciam que a expectativa de superávit primário das empresas estatais federais subiu de 0,5% para 0,7% do PIB. Para os dirigentes sindicais, a projeção corresponde a um aumento de R$ 3 bilhões nas estimativas do governo, passando de R$ 8 bilhões para R$ 11 bilhões os recursos esterilizados com o pagamento de juros aos banqueiros e especuladores.
Santa Catarina
Em Santa Catarina, os trabalhadores dos Correios também aderiram à greve. Na Capital, dezenas de funcionários se reuniram em frente ao prédio dos Correios, com carro de som e faixas denunciando os desmandos na empresa.
Fonte: Agência CUT