Por Janice Miranda
Considerada a maior reunião internacional da sociedade civil, o FSM nasceu há três anos, em Porto Alegre, com a pretensão de criar um modelo que favoreça um crescimento econômico com igualdade social. Desde então, o FSM é realizado todos os anos na cidade gaúcha.
A decisão de transferir este encontro para a Ásia – e, em especial, para a Índia, país marcado por agudas divisões econômicas, sociais, religiosas e políticas – obedece à necessidade de chamar a atenção sobre as colossais desigualdades que prevalecem nesse continente.
Os custos de uma viagem da América Latina à Índia tornará difícil a presença de delegados da região nesse fórum.
“Este ano o Fórum será muito mais asiático e pouco latino-americano”, admitiu um membro do comitê organizador do Fórum de Porto Alegre, Candido Grybowski. “O Brasil terá a maior representação, com 250 membros”.
A reunião em Mumbai será inaugurada pela Prêmio Nobel da Paz 2003, a advogada iraniana Shirin Ebadi e, durante seis dias, delegados de 5 mil organizações de 121 países participarão em centenas de conferências, seminários e mesas de diálogo, em que serão discutidos temas como “Terra, Água e Seguraná Alimentar”, “Militarismo, Guerra e Paz” e “Exclusão e opressão: religiosa, étnica e lingüística”, entre muitos outros.
O Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz – que foi presidente do Banco Mundial antes de virar um de seus mais ferrenhos opositores, o líder antiglobalização José Bové, e representantes de organizações como o Movimento dos Sem-Terra do Brasil participarão no encontro.
Em 2005, o FSM voltará a ser realizado na cidade em que nasceu, Porto Alegre.
Fonte: O Estado de Minas