Fenajufe responde nota de associação que historicamente faz trabalho contra sindicatos filiados à Federação

A Fenajufe informa aos servidores do Judiciário Federal e do MPU que, diferentemente do que fora divulgado nesta terça-feira [10] por uma associação que defende outro modelo remuneratório, não fez qualquer acordo com a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, garantindo que a categoria não faria greve para não comprometer as eleições municipais de outubro. Segundo nota publicada por essa entidade, a ministra teria dito, em reunião nesta segunda-feira [09], que dirigentes da Federação teriam se comprometido, em um “acordo tácito”, que não encaminhariam a greve nacional pela aprovação do PCS. A Federação ressalta que tal informação não procede e reafirma que em todas as reuniões realizadas com presidentes de tribunais superiores, incluindo o STF e o próprio TSE, os dirigentes sindicais deixaram clara a disposição da categoria em ir à greve, caso não houvesse avanço nas negociações entre os três poderes. Em reunião no dia 9 de maio com a ministra Cármen Lúcia, informaram, ainda, o calendário aprovado pela categoria durante a 17ª Plenária Nacional, realizada em São Luís, de 4 a 6 de maio, que previa atos e paralisações, incluindo o “apagão” no Judiciário, com foco na Justiça Eleitoral, no dia 5 de julho.

Em todas as reuniões realizadas até agora com a cúpula do Judiciário Federal, os representantes da Fenajufe informaram que a categoria estava disposta a aproveitar o calendário que antecede às eleições de outubro para aumentar sua pressão junto ao Judiciário, ao governo federal e ao Legislativo, com o objetivo de garantir o fechamento de um acordo favorável à aprovação do PL 6613/09. Um dia antes da greve de 48 horas, promovida nos dias 4 e 5 de julho, diretores da Federação, em audiência com a presidente do TSE, voltaram a informar as deliberações aprovadas nos fóruns da categoria, ressaltando que o principal objetivo da Fenajufe e de seus sindicatos de base não é comprometer o processo eleitoral, mas garantir que as negociações de fato aconteçam.

A Fenajufe explica, também, que causa estranheza o fato das declarações equivocadas partirem de uma associação, cujo grupo de servidores do TSE a ela ligado, em reunião com a ministra Cármen Lúcia no dia 19 de junho, recebeu elogios por assumir o compromisso de que não participaria dos movimentos de greve encaminhados pelo sindicato que representa os servidores do TSE, o Sindjus-DF. “A presidente do TSE ficou bastante satisfeita ao saber que os servidores da Justiça Eleitoral resistiram à proposta do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário para que encabeçassem uma greve pela aprovação do PL 6.613, o que poderia comprometer a realização das eleições municipais deste ano”, afirma trecho da matéria publicada no site do próprio TSE, com o título: “Servidores do TSE encaminham proposta de reajuste para a JE”. [Veja a foto dessa reunião].

Como se pode conferir, a referida associação cobra coerência da Fenajufe, mas não assume que um pequeno setor da categoria ligada a ela toma iniciativas com o objetivo de dividir os servidores e de desviar o foco voltado para o PCS, como pode ser comprovado com a apresentação de uma nova proposta para beneficiar apenas um segmento da categoria. Importante destacar, ainda, que o conteúdo da nota veiculada hoje, mostra que a referida associação quer retomar um tema já superado no âmbito do próprio STF, que é a mudança do modelo remuneratório, na tentativa, novamente, de dividir a categoria.

A Fenajufe reforça, por fim, que manterá as mobilizações enquanto não houver avanço no processo de negociação entre o Judiciário, o Executivo e o Legislativo. Ressalta, ainda, que continuará aproveitando o calendário eleitoral para ampliar sua pressão junto aos três poderes e também para dar maior visibilidade à campanha contra o congelamento salarial e pela aprovação dos PCSs. Para isso, convoca todos os servidores a participar dessa luta, construindo a unidade necessária para a conquista do novo Plano de Cargos e Salários.