A declaração dada por Jair Bolsonaro semana passada afirmando que não haverá nenhum tipo de reajuste em 2022 para o funcionalismo teve repercussão midiática e causou indignação ainda maior em todo conjunto de servidoras e servidores. Entidades representativas das várias categorias do serviço público, entre elas a Fenajufe, foram procuradas pela mídia para se expressarem sobre o tema que, desde o início do ano, tem figurado como uma das principais pautas nos veículos de comunicação.
Entrevistado pelo jornal Correio Braziliense, o coordenador de comunicação e imprensa Charles Bruxel falou da luta da Fenajufe pela recomposição salarial ainda em 2022 e da constante mobilização empreendida pela categoria do PJU.
Charles ressaltou a movimentação da Federação e sindicatos de base na construção de uma possível greve. “A gente também está tentando articular uma data nacional para ver se a gente consegue fazer um grande movimento de greve. Alguma coisa que coloca pressão. “A gente vai chegando num limite e ninguém quer fazer greve, mas é a ferramenta que se apresenta para os servidores”. (LINK AQUI)
Sobre o propalado reajuste linear de 5% e agora descartado, o dirigente afirmou que a Fenajufe já via com desconfiança esse discurso governista e que não se pode dar crédito ao governo, que sequer instalou mesa de negociação para tratar da pauta de reivindicações dos servidores. “O governo não dialoga e inventou a história de que ia dar os 5%. Então, a gente continua batendo na tecla dos 19,99%”, ressaltando o índice unificado que vem sendo defendido pelos servidores públicos federais desde o início do ano. “Ninguém considera que a gente está há anos sem nenhum aumento”, destacou.
Para a CNN Brasil, a coordenadora geral Lucena Pacheco disse: “O STF tem autonomia suficiente para pautar o reajuste dos servidores federais do Judiciário e não precisa ficar subordinado ao governo federal, que já demonstrou descaso com todos os trabalhadores brasileiros”. Veja matéria aqui
Em ofício protocolado na sexta-feira (10), a Fenajufe cobra que o ministro Luiz Fux elabore um projeto de lei próprio com a proposta de reajuste para todos os servidores do Judiciário federal.
“Exigimos que o ministro Luiz Fux tenha uma posição diferente do governo e que encaminhe o projeto para a recomposição salarial dos servidores públicos. Esperamos que o STF não se alinhe à política de congelamento salarial”, reforçou a dirigente.
Em matéria do Jornal Valor Econômico, a publicação ressalta as perdas inflacionárias de quase 20% somente de 2019 a 2021, durante o governo Bolsonaro e que, se for confirmada uma alta de cerca de 8,89% neste ano, conforme previsto no último Boletim Focus, do Banco Central, as perdas ultrapassariam os 30%. (LINK AQUI)
A Fenajufe foi destaque também em matérias dos sites redebrasilatual.com.br e jgmpublicuidade.com.br
As perdas inflacionárias acumuladas no governo Bolsonaro já ultrapassam 19,99%, índice acumulado somente para o período de 2019/2021. Desde janeiro de 2019 até abril de 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou 25,73%. E, segundo a previsão do Boletim Focus do Banco Central, a inflação deve ser de 8,89% em 2022.
Se confirmada essa previsão, as perdas acumularão, de janeiro de 2019 até dezembro de 2022, o elevadíssimo índice de 30,66%, e é por esse índice atualizado que a Federação agora está lutando.
Reunião Ampliadinha ocorrida dia 8 deliberou pela intensificação das mobilizações com foco no STF e um calendário de lutas. Várias atividades estão programadas e culminarão com o apagão no PJU no mês de agosto. Confira:
15/06 – “Dia Nacional de Lutas” com mobilizações e paralisações na luta pela revisão salarial. Atos nos Estados.
21 e 22/06 – Dias de mobilização nacional com foco no STF, pela revisão salarial, cobrando do presidente do Supremo o envio de projeto de recomposição das perdas da categoria, as quais, com a previsão inflacionária de 2022, já chegariam a 30,66%. Neste dia, teremos julgamento no pleno sobre pagamento de precatórios. Pressão virtual também por e-mails.
Julho – realização de atividades (faixaço, pressão nos e-mails, ofícios dos sindicatos pelo Brasil cobrando os Ministros do STF, cobrar reuniões/audiências com todos os Ministros do STF) e realizar assembleias com aprovação do “estado de greve” da categoria, e indicação de paralisação em 03/08.
03/08 – Apagão do Judiciário com paralisação pela recomposição das perdas, cobrando o envio, pelo STF, de projeto ao Congresso Nacional.
Joana Darc Melo