Falta de acordo exige esforço da categoria para intensificar greve

 
 

Sindicatos devem reforçar mobilizações e concentrar, na segunda-feira, atividades nos TREs

BRASÍLIA – 02/07/10 – Após a reunião dos coordenadores da Fenajufe com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, na tarde desta quinta-feira [01], o Comando Nacional de Greve, em reunião na sede da Federação, concluiu que é preciso manter e fortalecer a greve até que haja uma resposta positiva referente ao orçamento dos PCSs do Judiciário Federal e do MPU. Embora a expectativa nessa semana fosse a possibilidade de um avanço efetivo no processo de negociação, infelizmente não foi isso o que ocorreu e o cenário apresentado exige um grande empenho e esforço da Fenajufe, dos sindicatos de base e, sobretudo, de toda a categoria, para que o movimento se intensifique e volte a crescer nas próximas semanas com a adesão, inclusive, daqueles estados que ainda não entraram na greve e daqueles que já suspenderam o movimento paredista.

O resultado das reuniões de ontem [01] deixou claro que o governo mantém a sua política de não conceder reajuste aos servidores e, no caso específico do Judiciário e do MPU, de não ter disposição em resolver o impasse que impede a aprovação dos novos planos de cargos e salários da categoria. Os integrantes do Comando Nacional de Greve também criticam a cúpula do Judiciário pela falta de uma posição firme para garantir avanços efetivos nas negociações e ainda por aceitar a proposta dada pelo governo de criação de uma comissão e de encaminhar a apreciação do projeto somente após a eleição de outubro.

Na avaliação dos dirigentes sindicais, a greve precisa se fortalecer para que a categoria tenha condições de cobrar do Supremo Tribunal Federal e dos demais tribunais superiores uma satisfação a repeito do desfecho das conversas com o governo essa semana. Matéria publicada na edição de ontem do jornal Correio Braziliense afirmava categoricamente, a partir de uma suposta fonte do STF, que a proposta de implementação do PCS já teria sido fechada pelos dois poderes e que o encontro dos presidentes Lula e Cezar Peluso apenas oficializaria os termos desse suposto acordo. E o que ocorreu foi exatamente o contrário: governo e STF encerram a semana sem apresentar absolutamente nada de concreto aos servidores e definem apenas a criação de uma comissão que tem o claro propósito de segurar, ainda mais, a tramitação do PL 6613/09.

Na reunião com o ministro Paulo Bernardo, os coordenadores da Fenajufe, ao se mostrarem insatisfeitos com o impasse, explicaram a expectativa da categoria, em greve há quase dois meses, por uma proposta objetiva que garantisse a aprovação do PCS e sua consequente implementação conforme a proposta original. Eles afirmaram ao representante do governo que a categoria rejeita essa resposta, que não contempla minimamente sua reivindicação.

Enfrentando a postura dos representantes do governo de quererem jogar essa discussão para depois das eleições de outubro, os dirigentes da Federação insistiram na importância da continuidade das negociações e, a partir daí, foi agendada uma nova reunião para a próxima quinta-feira, 8 de julho, às 10h, com a participação do ministro Paulo Bernardo e do Advogado Geral da União, Luís Inácio Lucena Adams. O ministro se comprometeu, ainda, convidar o STF para esse encontro.

No prazo final do registro das candidaturas, mobilizações se concentrarão nos TREs
Entre as tarefas imediatas definidas pelo Comando Nacional de Greve, se destaca a indicação para que os sindicatos realizem atos e assembleias na próxima segunda-feira, 5 de julho, na porta dos Tribunais Regionais Eleitorais. Esse calendário foi definido devido ao encerramento do prazo do registro das candidaturas de quem vai disputar o pleito de outubro. Neste dia, a categoria deve ir aos tribunais eleitorais mostrar sua insatisfação com a resposta do governo e dar um recado às administrações da Justiça Eleitoral: os servidores estão dispostos a comprometer o processo eleitoral, caso não haja acordo para aprovação e implementação do PCS.

“É importante que todos os sindicatos cumpram essa orientação do Comando, pois neste momento de impasse não nos resta outra saída senão retomar o pique de nossa greve, que não pode acabar enquanto não tenhamos um resultado positivo desse processo. E as atividades nos TREs na segunda-feira surtirão um efeito maior, devido à necessidade do cumprimento do calendário eleitoral,” ressalta o coordenador Evilásio Dantas, de plantão em Brasília.

O Comando Nacional de Greve orienta também que os sindicatos informem à Fenajufe o resultado final de suas assembleias e dos atos de segunda-feira. Nesse mesmo dia, os representantes dos estados que virão para o Comando de Greve se reunirão às 17h, na sede da Fenajufe, para avaliar o resultado das assembleias e das manifestações nos estados.

“Na segunda-feira precisamos ter um retorno dos sindicatos para que, na reunião do Comando de Greve, possamos fazer um balanço do movimento nos estados e ver como foi a reação da categoria diante do resultado da reunião com o Ministério do Planejamento. Com esse cenário das mobilizações em mãos poderemos definir com mais propriedade as atividades da próxima semana”, explica o coordenador Jean Loiola, também de plantão esta semana.

As informações a respeito das atividades de segunda-feira, incluindo o resultado das assembleias, devem ser encaminhadas aos e-mails imprensa@fenajufe.org.br e secpolitica@fenajufe.org.br.

Indicativo de reunião ampliada para 10 de julho
O Comando Nacional de Greve também decidiu indicar à Diretoria Executiva da Fenajufe a convocação de uma reunião ampliada para o dia 10 de julho. Na avaliação dos presentes na reunião, nesse momento, com a greve já atingindo quase dois meses, é fundamental discutir com os servidores de todo o país a realidade imposta pelos fatos desta semana e definir, após um amplo debate, os rumos do movimento em nível nacional.

A Diretoria Executiva da Fenajufe vai discutir a indicação do Comando de Greve e caso decida pela realização da reunião ampliada informará o resultado imediatamento aos sindicatos para que estes possam eleger seus delegados em assembleia geral.

Da Fenajufe – Leonor Costa