A greve dos servidores do Judiciário Federal no Rio continua e mobiliza mais trabalhadores e trabalhadoras a cada dia. Segundo o Sisejufe-RJ, a rejeição do PLP 549/09 por unanimidade, durante a sessão desta quarta-feira, 12 de maio, na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público [CTASP], animou a categoria. “Este é um primeiro passo importante. O PLP 549 é um mecanismo de engessamento do estado brasileiro. Seria a morte do princípio contido no artigo 37 da Constituição, que é a eficiência na Administração Pública. Para um país que quer se modernizar como o Brasil, isso seria um retrocesso”, destacou o diretor sindical Dulavim de Oliveira Lima Júnior.
Para o diretor do sindicato Ricardo de Azevedo Soares, contudo, a notícia deve ser comemorada de forma branda. “Essa é uma vitória importante dos servidores públicos e inclusive da sociedade brasileira. Mas devemos comemorar moderadamente porque o PLP vai passar ainda por outras comissões da Câmara. A luta continua e segue rumo à aprovação do PCS”, lembrou Ricardo.
De fato, diante da não inclusão do PL 6613 na pauta de votação da Ctasp, nesta quarta, não resta outra alternativa aos servidores do Judiciário Federal senão intensificar a greve. “Temos de manter a greve cada vez mais forte. As negociações começam a acontecer. O PL 6613 só deverá ser votado depois do resultado da reunião entre o presidente do STF e o Ministério do Planejamento para discutir o acordo financeiro do aumento. Temos que manter a greve até o dia 19 de maio para forçar a votação”, afirmou Roberto Ponciano, diretor do Sisejufe.
Durante todo o dia 12 de maio, os servidores do TRT, TRF, TRE, SJRJ e JF da avenida Venezuela, e servidores de zonas eleitorais e de varas e cartórios no Interior, participaram da mobilização de greve. No TRT da Lavradio, cinquenta servidores participaram da paralisação pela aprovação do projeto que reajusta os salários dos servidores do Judiciário Federal e contra proposta que congela os rendimentos do funcionalismo público por dez anos.
Na avaliação do Sisejufe-RJ, a tendência da greve é ganhar adesões. Um grupo de servidores do TRT se mobilizou e foi até o prédio da Gomes Freire para fazer um “arrastão” de convencimento e levar mais gente para a paralisação e fortalecer a greve. No Foro da Justiça Federal da avenida Venezuela, diretores do Sisejufe e ativistas sindicais passaram os informes vindos de Brasília – ontem uma delegação do Rio de Janeiro, com cinco servidores, esteve na Câmara conversando com os deputados. No TRF, da rua do Acre, as atividades em diversos setores foram paralisadas.
Em todos os locais, mesmo com a chuva que caiu durante a tarde, houve assembleias e votações pela manutenção da greve por tempo indeterminado. Quem está mobilizado avalia que a categoria não deve recuar. “Devemos ampliar o movimento de greve. Principalmente agora, que o governo abriu uma mesa de negociação. Essa abertura já é um fruto da greve realizada. Se a possibilidade de uma negociação surgiu é porque estamos mobilizados e pressionando o governo. Não vamos recuar”, defendeu a diretora sindical Mariana Liria.
Fonte: Sisejufe-RJ