Por Imprensa
Os bancários de todo o país realizaram assembléias ontem, dia 20/10, e um dos principais pontos deliberados foi a realização de um Dia Nacional de Lutas, com paralisações e manifestações nesta quinta-feira, em todo o país. Hoje ocorre o julgamento do dissídio coletivo para os funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal no Tribunal Superior do Trabalho.
Em São Paulo, a abertura de algumas agências será retardada em uma hora. Serão realizadas atividades na Caixa Federal da avenida Paulista, às 12h, e no Complexo São João do BB, às 13h. Um telão em frente ao Sindicato exibirá o julgamento do dissídio direto do TST (pela TV Justiça, canal por assinatura). A categoria também definiu na assembléia que os bancários usarão roupa preta nesta quinta-feira, como forma de protesto.
O objetivo das manifestações é pressionar os banqueiros pela retomada das negociações e pelo não desconto dos dias parados. Na última quinta-feira (14/10), quando decidiu suspender a greve, a Executiva enviou ofício à Fenaban no sentido de retomar o diálogo e às direções do Banco do Brasil e da Caixa para debater temas específicos.
Desconto
Ontem, cerca de 150 mil funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal receberam o pagamento de setembro com o desconto de cinco dias, por causa da greve que mobilizou a categoria por um mês.
“O desconto é um absurdo. Total insensibilidade, uma provocação feita pela Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) e os bancos acataram isso”, denuncia o presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB), Vagner Freitas.
A Febraban havia recomendado aos bancos que aplicassem o desconto em um terço dos dias parados no período de greve. Para Freitas, não havia necessidade de realizar o desconto, uma vez que o julgamento da paralisação está marcado para esta quinta-feira. “Se há um dissídio coletivo sendo julgado, não haveria a menor necessidade dos bancos proferirem o desconto, poderiam esperar o resultado do julgamento”, enfatiza.
O presidente da CNB ressalta que a entidade está acompanhando o processo de tramitação do dissídio coletivo no TST e pretende eleger a quinta-feira como dia nacional de luta da categoria. Ele informa que, mesmo realizando uma mobilização nacional, a categoria não pretende paralisar suas atividades.
“Os sindicatos vão organizar no país inteiro manifestações e, em alguns locais, paralisações para marcar a presença da gente no julgamento”, explica Freitas.
Em Brasília, o Sindicato dos Bancários do Distrito Federal pretende levar os funcionários para acompanhar, em frente ao prédio do TST, o processo de votação dos nove ministros. Segundo o secretário geral do sindicato, Jair Pedro Ferreira, há possibilidade do tribunal permitir a transmissão do julgamento ao vivo para os bancários. “Negociamos com o TST e eles estavam analisando a possibilidade de termos um telão na rua para os trabalhadores”.
Jair destaca que todas as tentativas para evitar o desconto foram realizadas junto ao TST. “Nós passamos a semana toda em negociação, principalmente, através do TST e da Procuradoria Geral do Trabalho, tentando uma interferência junto à direção dos bancos para que se aguardasse o julgamento do nosso dissídio que está marcada para amanhã”.
Os bancários reivindicam reajuste de 19%, que foi rejeitado pelo governo e pela Febraban. O aumento proposto varia de 8,5% a 11,8%, a depender da faixa salarial.
A Executiva Nacional dos Bancários voltará a se reunir amanhã, dia 22/10, para avaliar o resultado do julgamento e formular as orientações a serem remetidas aos sindicatos, inclusive para indicar a realização assembléias para debater o resultado do julgamento, se este for o caso.
Fonte: Portal Vermelho