Por Imprensa
Os membros da Executiva Nacional dos Bancários estão convocados para reunião nesta terça-feira, dia 19/10, às 15h na sede da CNB/CUT em São Paulo. Na pauta estão os encaminhamentos da Campanha Salarial.
Ontem, bancários de Norte a Sul do Brasil concluíram a volta ao trabalho após trinta dias de greve e fizeram uma série de protestos contra a truculência dos banqueiros, que usaram a Justiça e a Polícia na tentativa de esvaziar o movimento. Boa parte dos trabalhadores retornou às agências de roupa preta e, com adesivos e faixas, anunciaram que continuam mobilizados e que a greve pode ser retomada na próxima quarta-feira, quando a categoria faz assembléias regionais em todo o país.
A Executiva Nacional dos Bancários continua tentando reabrir as negociações, mas até agora a Fenaban e os bancos públicos permanecem irredutíveis, apostando no confronto com o trabalhador. “Nós ainda queremos resolver o impasse de forma negociada e evitar que o Tribunal Superior do Trabalho julgue o dissídio na quinta-feira e acabe com a unidade desta Campanha Salarial. A Justiça vai definir o reajuste para o BB e a Caixa e a decisão pode ser ainda pior para o trabalhador”, explicou Vagner Freitas, presidente da CNB/CUT e coordenador da Executiva Nacional dos Bancários. O dirigente destacou que os bancários também querem negociar o pagamento de todos os dias parados na greve.
Ele afirmou que caso os banqueiros aceitem retomar as negociações e houver avanços, a nova proposta será votada nas assembléias de quarta-feira. “Caso contrário, vamos aprovar um Dia Nacional de Lutas para quinta-feira, com vários protestos enquanto o TST julga o dissídio. Além disto, poderemos retomar a greve já na quarta-feira”, avisou.
Para Vagner Freitas, mesmo com o impasse desta greve a Campanha Salarial dos Bancários já é vitoriosa. “Conseguimos colocar os banqueiros e seus lucros escorchantes no centro das discussões nacionais. Hoje todo mundo comenta que o sistema financeiro nacional precisa ser alterado, pois ele é um dos principais responsáveis pelo empobrecimento do país e a concentração de renda”, comentou.
O presidente da CNB disse ainda que os bancários voltaram ao trabalho de cabeça erguida e que muitos clientes se solidarizaram com os trabalhadores. “Assim como os bancários, os usuários do sistema financeiro sofrem com a ganância dos banqueiros. Só no período em que ficamos parados – exatamente um mês – quatro bancos reajustaram as suas tarifas: Real, Itaú, Bradesco e a Caixa. Os clientes sofrem um verdadeiro assalto à mão armada quando entram no banco”, lamentou.
Fonte: CNB/CUT