Duas denúncias veiculadas nas últimas semanas jogam luz sobre um tema espinhoso: a utilização de jornalistas pelo governo estadunidense, na tentativa de desestabilizar governos ideologicamente contrários à Washington.
Na edição de 30 de agosto, a revista Carta Capital liga a ONG francesa Repórteres sem Fronteiras à campanhas contra os governos do venezuelano Hugo Chávez e do cubano Fidel Castro. A denúncia foi feita ano passado (Reporteros sin Fronteras recibe financiamiento de EEUU) pela jornalista freelance Diana Barahona, que agora voltou ao assunto (Financiado por Instituto Republicano Internacional) depois que descobriu o caminho usado para financiar a RSF. Barahona cita ainda o Haití e o Iraque como exemplos de apoio da RSF aos interesses da Casa Branca.
A outra denúncia partiu de um jornal estadunidense, o Miami Herald, que no dia 8 de setembro publicou matéria afirmando que pelo menos dez jornalistas recebem pagamentos regulares do governo estadunidense para a realização de programas na Rádio Martí e na TV Martí (10 Miami journalists take U.S. pay). Ambas emissoras são financiadas por Washington para transmitir programações anti-castristas para a Flórida, região que concentra grande número de exilados cubanos. Mas o sinal também chega à Cuba através de aviões pagos pelo contribuinte dos Estados Unidos, buscando transmitir propaganda contra o regime de Fidel diretamente aos moradoras da ilha.
Fonte: Boletim da Fenaj