Sempre que alguma coisa boa para todos acontece, a notícia se espalha rapidamente sem precisar de esforço algum. A boa notícia corre de boca em boca e antes que a imprensa cumpra seu papel, o povo todo já etá sabendo. Esta semana temos que fazer a greve se espalhar pelo estado como notícia boa, e para que isto aconteça teremos que fazer algum esforço.
Nosso movimento ainda não acumulou a força necessária para atingir nosso objetivo de obrigar o governo a negociar. Estamos disputando recursos orçamentários da União com outros setores poderosos da sociedade. Na semana passada tivemos um exemplo claro de como isto acontece. A CASAN anunciou negociação com os seus trabalhadores para distribuição de uma pequena parcela de seus lucros, o que aliás é previsto em lei. Imediatamente uma entidade representante de empresários da construção civil berrou contra alegando que estes recursos devem ser empregados em obras. Ou seja, querem os lucros para si e não admitem dividi-los com os trabalhadores que foram os responsáveis pela sua obtenção. Em nível federal não é diferente. É contra este inimigo poderoso e muitas vezes invisível a olho nu que estamos lutando, por isso nossa força deve ser grande e nossa força é a greve.
Esta semana é decisiva para fazer a greve crescer e se fortalecer pois quanto mais demorar mais difícil fica. Por outro lado, quanto mais rápido ela crescer mais cedo teremos força para negociar uma boa solução, e mais rápido poderemos encerrá-la.
A partir de hoje estão previstas várias novas adesões em todo o estado, com destaque para a Justiça Federal que deliberou em assembléia na sexta-feira e mais algumas cidades da justiça do Trabalho sem falar no TRE onde a mobilização também cresceu, vai parar por duas horas hoje e discutir adesão à greve. A gente nunca sabe o que fazer em greve, pois greve é suspender os trabalhos, mas temos muito trabalho a fazer para a consolidação da greve. Então vamos tratar de espalhar o movimento onde ele ainda não chegou, como a boa notícia que corre como o vento. Os companheiros de Criciúma, por exemplo onde a greve está forte desde o primeiro dia, podem assumir como tarefa espalhar a greve no sul, organizando visitas de mobilização a Araranguá e Tubarão. A visita a Tubarão pode ser organizada conjuntamente com os companheiros de Imbituba que também estão parados. No oeste, os grevistas de Chapecó podem ficar encarregados de São Miguel d’Oeste e juntamente com os de Concórdia visitar Xanxerê e assim opor diante. Quem sabe Balneário Camboriú visitam Blumenau e Brusque, ou Joinville e alguns de Florianópolis sobem a serra enquanto os outros seguem ampliando a greve na capital onde tem muito a crescer também.
No quadro nacional, vários estados importantes entrarão na greve de hoje até quarta-feira.
O certo é que precisamos escrever com nossas mãos as boas notícias desta semana para forçar o inicio das negociações com o governo o mais rápido possível, derrotando as sempre atuantes “forças ocultas”. Então, mãos à obra.
Mídia já fala da greve
Movimento começa a repercutir na imprensa. O Jornal o Globo e o jornalista Ricardo Noblat noticiaram semana passada que em visita ao Legislativo, na última quinta-feira, 6, o presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, alertou o presidente da Câmara, Michel Temer para a possibilidade de greve dos servidores do Judiciário e cobrou a aprovação do PCD. Procurada pela Fenajufe, a assessoria do ministro não se manifestou sobre o conteúdo da conversa mas confirmou a realização da reunião. O fato jornalístico é importante pois começa a colocar nossa greve na mídia e isto reforça a pressão. E onde há fumaça, geralmente há fogo.
Projeto do congelamento salarial pode ser votado na quarta
Segundo seu relator, Luiz Carlos Busato, do PTB-RS, o projeto que congela os salários do setor público (PLP 549), pode entrar na pauta da próxima quarta-feira na Comissão do Trabalho da Câmara. A Fenajufe e outras entidades de servidores públicos pretende lotar o plenário por via das dúvidas. Busato já adiantou que seu parecer é contrário à aprovação do projeto o que é bom mas não basta para vencermos esta luta. Certamente a greve do Judiciário que também é contra o congelamento já que ele pode impedir qualquer ganho salarial, ajudará a derrotar mais este ataque aos nossos direitos. O projeto trata de estabelecer um teto para os gastos com pessoal no setor público, vinculado a indicadores econômicos como arrecadação federal e PIB, por isso atinge toda e qualquer despesa seja reajuste formal ou PCS como o nosso.