Representantes de entidades sindicais de vários países, como a CUT Nacional, participaram de uma oficina, no 7º Fórum Social Mundial, em Nairóbi, no Quênia, que discutiu o tema: Trabalho e Globalização. O secretário de Políticas Sociais da CUT, Carlos Rogério, defendeu a criação de uma rede sindical para combater os efeitos da globalização. “É necessário compreender a centralidade do tema trabalho e realizar ações conjuntas e práticas com outras entidades em nível mundial”, destacou o dirigente.
Na abertura dos debates, a secretária nacional da Federação Italiana dos Funcionários Públicos [ligada à CGIL – Confederação Geral dos Trabalhadores Italianos], Rosa Pavanelli, falou dos efeitos que a globalização tem trazido para diversos setores produtivos, como os agricultores de seu país, e fez um apelo para a unidade dos sindicatos em torno deste debate. “Juntos, sindicatos e organizações não-governamentais, podemos criar uma rede que troque informações sobre a realidade de vários países”.
Outros participantes abordaram a necessidade da convergência das lutas sociais e sindicais, de gênero, orientação sexual, entre outras, contra a globalização.
Ações práticas
O último debatedor, o coordenador da CUT, Carlos Rogério, destacou a oportunidade de o Fórum Social discutir temas sindicais e ressaltou a importância da criação da rede sindical mundial. “Cada vez mais, o trabalho tem que ser tema central nas discussões contra a globalização, porque é a partir dele que se desencadeia todo o processo social”. O dirigente cutista explicou para a platéia a experiência brasileira da criação da CMS [Coordenação dos Movimentos Sociais], organismo que congrega diversas entidades como CUT, UNE e MST e apontou para a necessidade de os debates conduzirem a ações práticas. “É importante trocarmos experiências entre os diversos ramos sindicais e as organizações não-sindicais, mas é fundamental apresentarmos uma plataforma global contra os efeitos da globalização, com ações concretas como jornadas de luta e mobilizações mundiais”.
Após a exposição inicial, foi aberto espaço para considerações e questões da platéia, que pontuaram diversos aspectos das propostas apresentadas. Fernando Lopes, da Confederação Nacional dos lúrgicos [CNM-CUT], lembrou que temas sindicais têm sido pautados desde o primeiro Fórum Social, em Porto Alegre, e apoiou a idéia da criação da rede como mais uma forma de dar visibilidade à pauta mundial do trabalho. Já o coordenador do Observatório Social, Kjeld Jakbsen, explorou a idéia de que ONGs e sindicatos têm que entender as demandas de cada segmento e atuar em complementariedade. “Uma rede não tem membros, tem participantes que se articulam em torno de propostas e plataforma comum, compreendendo as diferenças entre as diversas organizações”.
Ao final da oficina, a proposta da rede sindical mundial foi aprovada e sua formatação ficou de ser aprofundada em outros eventos.
Fonte: Fenajufe, com informações da Agência CUT