Em sessão especial, senadores e deputados homenageiam Che Guevara

Com a presença do embaixador de Cuba, Pedro Juan Núñez Mosquera; do presidente da Associação dos Cubanos Residentes no Brasil, Tisso Saenzi; e de deputados federais, o Senado homenageou na manhã desta terça-feira, 23, o líder revolucionário Ernesto Che Guevara.
 
A sessão especial foi aberta com pronunciamento do presidente interino, Tião Viana (PT/AC), que destacou a dimensão da memória de Che Guevara. A homenagem foi realizada por requerimento do senador José Nery (PSol/PA), na passagem dos 40 anos da morte do revolucionário argentino, herói da Revolução Cubana, que triunfou em 1º de janeiro de 1959.
 
“Che vive, no inconformismo e na vontade de mudança por um mundo melhor e mais justo, nas mais diversas sociedades e distintas latitudes”, disse o senador.
 
Em seguida, o senador José Nery destacou que, ao pedir a homenagem, buscou preservar e honrar a memória do revolucionário, “justamente em um momento que setores reacionários da imprensa brasileira fazem ataques virulentos e mentirosos contra a verdadeira história de jovem médico argentino que virou herói latino-americano”.
 
Nery e, logo depois, o senador João Pedro (PT/AM), além de deputados presentes à sessão, rebateram críticas da mídia a Che Guevara. João Pedro classificou de mentirosa matéria publicada recentemente pela revista Veja sobre a atuação de Che Guevara. O senador Pedro Simon (PMDB/RS) disse que também não gostou da matéria da Veja. Simon citou o governo de Salvador Allende, no Chile, como exemplo da tomada do poder pelas forças populares através da democracia, em vez da luta revolucionária.
 
A crítica à presença norte-americana no combate aos movimentos revolucionários latino-americanos, especialmente no assassinato de Che Guevara e na derrubada do governo Allende, em apoio às ditaduras, também marcou os discursos de senadores e deputados.
 
Ao se pronunciar, o senador Cristovam Buarque (PDT/DF) falou sobre as qualidades de Che Guevara que fazem falta aos políticos atuais. Contrapôs a lembrança da capacidade de Che de doar-se por uma causa, como missionário, à atuação de personalidades atuais em busca de cargos.
 
Estudantes, líderes sindicais e militantes de movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entre outros, assistiram à sessão especial.
 
Tião diz que maior legado de Che é a possibilidade sempre presente de mudarmos o mundo.
 
Fonte: Diap, com informações da Agência Senado