O Banco Central (BC) verificou uma queda de US$ 13,6 bilhões no total da dívida externa brasileira apurada em dezembro de 2004, em relação ao ano anterior. De acordo com o relatório do Setor Externo, divulgado hoje pelo BC, a dívida total no fim do ano passado estava em US$ 201,4 bilhões, contra US$ 214,930 bilhões em 2003.
Segundo o diretor do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o principal motivo da contínua queda da dívida é a manutenção da taxa de rolagem abaixo dos 100%. Em 2004, a taxa geral ficou em 65%, nos empréstimos a médio e longo prazo do setor privado, sendo 49% para papéis e 127% para empréstimos.
Apenas entre setembro e dezembro de 2004, a queda registrada na dívida externa foi de US$ 813 milhões. Essas reduções contínuas fizeram com que os indicadores de endividamento externo batessem recordes históricos positivos. Na relação dívida total versus Produto Interno Bruto (PIB), o indicador atingiu o melhor patamar desde a abertura da série histórica, em 1970, ficando em 33,4% ao fim de 2004. Em 2003, este percentual era de 42,4%.
A razão entre as reservas e o serviço da dívida também é o melhor da série, de um para um. Outra marca histórica é a relação entre a dívida total e as exportações, que fechou 2004 em 2,1, considerado um parâmetro positivo no conceito internacional.
Os números do BC excluem os empréstimos entre empresas, que passaram a ser classificados pelo Banco Central (BC) como investimentos diretos. Esses empréstimos estavam com saldo de US$ 18,808 bilhões em dezembro.
Acordo com o FMI
Ao mesmo tempo em que o Brasil divulga dados promissores sobre o endividamento do país no exterior, o FMI (Fundo Monetário Internacional) completa sua décima e última revisão do acordo com o país, que termina em 31 de março. O acordo liberou ao Brasil US$ 42,1 bilhões.
O Brasil usou US$ 26,4 bilhões desde o começo do acordo, fechado em setembro de 2002 e estendido em dezembro de 2003. O governo brasileiro, no entanto, afirmou que não deve sacar mais nenhuma parcela do fundo.
“O Brasil não sacou nenhuma quantia sob o programa desde setembro de 2003 e as autoridades indicaram que provavelmente não farão qualquer retirada antes de o acordo expirar, em 31 de março de 2005”, afirmou a instituição em nota.
Pelo acordo, o governo brasileiro se comprometeu a ter superávit primário de 4,25% do PIB, meta que foi cumprida no ano passado com superávit de 4,29%.
De acordo com o Banco Central, na dívida brasileira de médio e longo prazo verificada em dezembro (US$ 182,630 bilhões), US$ 24,9 bilhões correspondem ao endividamento junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Fonte: Diário Vermelho