Por Marcela Cornelli
Sete integrantes de uma comunidade quilombola – descendentes de escravos – do Mato Grosso tiveram a hospedagem negada em um hotel de Brasília. Segundo a ocorrência policial registrada na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) na quinta-feira (5/2), os quilombolas chegaram a ser atendidos pela recepcionista da Pousada Sossego e encaminhados para os quartos. No entanto, a proprietária do estabelecimento, localizado na W3 Sul, quadra 705, bloco A, identificada apenas como Fátima, solicitou que os hóspedes se retirassem alegando que eles podiam “sujar os lençóis”.
Liduino Bispo de Oliveira, Audisson Oliveira de Moraes, Marcio Virgilio de Souza Santo, Lino Frazão de Almeida, Luciana Bispo de Oliveira, Laura Meribel Profeta dos Santos e Adri El Kadri, foram expulsos do estabelecimento. Na ocorrência consta também que a proprietária da pousada teria “batido a porta em suas caras com violência e fechado o portão com cadeado para que eles não mais voltassem”.
Os sete quilombolas procuraram a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Sprir) e foram acompanhados à delegacia pela responsável pelo órgão Federal, Jacy Ribeiro de Proença.
A DP vai investigar as denúncias e promover uma audiência entre as partes e deve instaurar inquérito. Se ficar constatado o crime de Prática de Racismo, a proprietária da pousada pode pegar de três a seis anos de prisão.
Fonte: Correio Brasiliense