Debate sobre redução de jornada cresce na América Latina. Agora é a vez da Argentina

Por Imprensa

A Luta por uma jornada de trabalho menor chega à Argentina. No Chile, desde 1º de janeiro, jornada diminuiu de 48 para 45 horas, sem redução de salários. No Brasil, as seis centrais sindicais fazem campanha por 40 horas semanais.

A Confederação Geral doa Trabalhadores (CGT), principal central sindical da Argentina, pediu a redução da jornada trabalhista no país de 48 para 44 horas semanais. A CGT defende que a medida permitirá a criação de novos postos de trabalho.

O Ministério do Trabalho, a quem foi encaminhada a demanda, informou através de seus porta-vozes que não possui a previsão para discutir “uma redução da jornada de trabalho”. Segundo uma das três secretárias da CGT, Susana Rueda, a redução da jornada “permitirá a criação de 700 mil postos de trabalho rapidamente, e abaixará os índices de desemprego para algo entre 7 e 8 pontos”.

O desemprego na Argentina, de acordo com as últimas pesquisas, está na casa dos 13%, mas a cidade de Buenos Aires atinge 9,5%, o menor registrado desde 1999. A secretária da CGT enfatizou que há mais de três milhões de empregados argentinos que cumprem uma jornada de mais de 60 horas semanais.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os argentinos trabalham 2.100 horas anuais, enquanto no Chile e no Brasil a média é de 1.800 horas.

Desde março de 2004, as seis centrais sindicais brasileiras, encabeçadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), pressionam o governo pela redução da jornada de 44 para 40 horas semanais. A articulação das centrais brasileiras ganhou forma no último Fórum Social Mundial, realizado em janeiro, em Porto Alegre.

Revés francês

No caminho contrário, o governo francês do presidente Jacques Chirac obteve uma vitória no parlamento ao conseguir nesta quarta (9/2) a aprovação, por 370 votos a 180, da flexibilização da jornada de 35 horas. Agora, os trabalhadores e os empresários poderão negociar o aumento da jornada em determinadas condições.

Os sindicatos de trabalhadores, que programam uma série de manifestações pelo país nas próximas semanas, argumentam que os empregados terão de trabalhar mais pelo mesmo salário. Para o governo Chirac, a lei das 35 horas torna as empresas francesas menos competitivas. O projeto ainda será votado no Senado, onde o governo também tem maioria.

Fonte: Agência Carta Maior com informações da Agência Ansa