Para tentar buscar uma solução para a greve dos servidores públicos federais que acontece desde o dia 2 de junho, o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, encaminhou ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um pedido de audiência. A idéia é arrancar uma proposta concreta de reajuste salarial (a reivindicação é de 18% de aumento) e definição dos planos de carreira das categorias que ainda não contam com este benefício estruturado.
Na carta em que solicita a audiência, a CUT argumenta que “verificamos um recuo neste processo (de recuperação das perdas salariais), com a ausência de negociações e a paralisia da Mesa Nacional, o que levou inclusive a deflagração de greve pelos servidores federais”.
Confira abaixo a carta enviada pela CUT ao presidente Lula:
São Paulo, 16 de junho de 2005.
Excelentíssimo Senhor
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República
Senhor Presidente,
A Central Única dos Trabalhadores, por mim representada, solicita a Vossa Excelência audiência para tratarmos da campanha salarial em curso dos servidores federais.
No ano de 2003, e com as restrições orçamentárias herdadas do governo anterior, registramos a instalação da Mesa Nacional de Negociações. Em 2004, os reajustes praticados, mesmo com contradições por nós apontadas, iniciaram um processo de recuperação das perdas salariais, impostas aos servidores pelo governo anterior, em várias categorias do funcionalismo federal.
Mas neste momento verificamos um recuo neste processo, com a ausência de negociações e a paralisia da Mesa Nacional, o que levou inclusive a deflagração de greve pelos servidores federais. Ainda, o governo federal impôs aos servidores o Decreto nº 1480 de 3 de maio de 1995, como forma de pressionar os trabalhadores a encerrar o movimento grevista. Também é preocupante o fato de não haver previsão na peça orçamentária de 2006 de proposta de reajuste do funcionalismo público federal.
Com estas preocupações, e certos da atenção de Vossa Excelência, colocamo-nos à inteira disposição.
Respeitosamente,
LUIZ MARINHO
Presidente da Central Única dos Trabalhadores
Com informações da CUT