Estudo da Cepal mostra que Cuba mantém elevados seus índices de desenvolvimento social, apesar das dificuldades trazidas pelo fim do bloco socialista e pelo bloqueio dos EUA. O país é que mais gasta na área social na América Latina e no Caribe.
Cuba preservou as principais conquistas sociais que obteve após a revolução de 1959, apesar da desistegração do bloco socialista no final dos anos 80 e do bloqueio econômico dos Estados Unidos. A conclusão é de uma pesquisa da Comissão Econômica da ONU para a América Latina e o Caribe (Cepal), o Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD) e o Instituto Nacional de Pesquisas Econômicas, de Cuba.
O resultado surpreendeu por causa das enormes dificuldades que Cuba tem enfrentado nos últimos anos. Sem a União Soviética, o país perdeu de maneira abrupta seus tradicionais mercados de exportação, fontes de aquisição de bens e linhas de financimento externo. Ao mesmo tempo, a pressão do governo norte-americano faz de Cuba um país à parte do sistema mundial, com dificuldade de estabelecer pleno comércio com alguns países e de se inserir internacionalmente.
Mas os cubanos superaram esse desafio, com um dado invejável: o governo aumentou seu gasto social entre 1997 e 2002, superando os 30% do Produto Interno Bruto (PIB), ou cerca de US$ 1600 por habitante. É o maior gasto social entre todos os países da América Latina e do Caribe. O segundo maior, que é o Panamá, fica bem atrás: são US$ 1300 por habitante, ou 25% do PIB. No Brasil, o gasto social em 2002 ficou próximo a US$ 950 por habitante, o que dá menos de 20% do PIB.
A Cepal elogia as políticas de Cuba ao constatar a ” importância de se colocar o bem-estar social no centro da política de desenvolvimento”, e conclui dizendo que “o governo (cubano) preserva esse propósito”.(Fonte: Diário Vermelho)