Em 2007, foram assassinados no Brasil 122 homossexuais, o que representa uma morte a cada três dias. Os dados, divulgados pelo levantamento da organização não governamental Grupo Gay da Bahia (GGB), indicam que houve um crescimento de 30% em relação a 2006, quando ocorreram 96 assassinatos.
De acordo com a pesquisa, desse total, 73% eram profissionais do sexo e 65% menores de 21 anos. Os dados também apontam que 27% dos mortos eram travestis e 3% lésbicas. O relatório revelou ainda que só nos três primeiros meses de 2008 já foram registrados 45 homicídios contra gays.
O levantamento aponta que, no país, o risco de uma travesti ser morta é 259 vezes maior do que um gay. A Bahia é pela primeira vez o estado mais violento, com 18 assassinatos, e o Nordeste a região mais perigosa. O levantamento mostra que um gay nordestino corre 84% mais risco de ser assassinado do que no Sul e Sudeste e a maioria das vítimas tem entre 20 e 40 anos. O estudo do GGB também aponta que o Brasil é o campeão mundial em crimes de homofobia, seguido pelo México, com 35 mortes ao ano, e pelos Estados Unidos, com 25.
De 1963 a 2007 foram documentados 2802 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil, concentrando-se 18% na década de 80, 45% nos anos 90 e 35% (972 casos) a partir de 2000. Somente nos três primeiros meses de 2008 já foram registrados 45 homicídios de gays no país. No levantamento, a entidade baiana mostra as profissões homossexuais de maior risco: profissionais do sexo, professores, cabeleireiros e vendedores ambulantes.
De acordo com a pesquisa, o número de crimes de homofobia deve ser ainda maior, já que, além de faltar informações sobre quatro Estados (Rio Grande do Sul, Amapá, Rondônia e Roraima), os dados baseiam-se em notícias de jornal e internet, pois não existem estatísticas governamentais contra crimes de ódio no Brasil. Mesmo incompleto, o estudo é considerado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos como o principal documento sobre crimes contra homossexuais no Brasil. O relatório é realizado desde 1980 pela organização, a mais antiga ONG de defesa de direitos humanos dos homossexuais na América Latina.
Fonte: Brasil de Fato