O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP) perdeu mais um servidor do quadro para COVID -19. A servidora faleceu no último sábado (4 de abril), após período de internação.
Clarice Fuchita Kestring tinha 63 anos, era oficiala de justiça e se encontrava de licença médica desde o dia 23 de março. Na justiça desde 1984, estava lotada na Central de Mandados do Forum Trabalhista Ruy Barbosa no estado de São Paulo e era filiada ao Sintrajud há muitos anos, sendo uma das primeiras filiações do sindicato.
No dia 30 de março, José Dias Palitot Júnior, também servidor do mesmo tribunal, faleceu aos 44 anos. José Palitot estava em teletrabalho e não apresentou sintomas da doença. No dia em que apresentou febre foi internado, morrendo cinco dias depois, antes mesmo do resultado para o teste da doença ser confirmado.
Ainda em 25 de março, a COVID-19 fez a primeira vítima no Judiciário. O servidor Carlos Alberto de Araújo Rocha era lotado no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio de Janeiro. Carlos Alberto era técnico na área administrativa e filiado ao Sisejufe, onde participava das atividades promovidas pelo sindicato, tanto de luta quanto culturais.
Visando proteger os servidores e servidoras, a Fenajufe protocolou ofício em conjunto com a Fenajud no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) solicitando medidas protetivas para todos os servidores do judiciário Federal e Estadual. As federações pediram atenção especial aos Oficiais de Justiça, Agentes de Segurança, servidores da área da saúde/atendimento, além dos servidores do psicossocial dos Tribunais Estaduais (Assistentes Sociais, Psicólogos, Oficiais da Infância e Juventude, entre outros), que ficam na mesma situação durante o enfrentamento à pandemia.
As mortes dos servidores evidenciam a importância de políticas de distanciamento social e reafirmam a necessidade de obedecer às orientações das organizações de saúde e do Ministério da Saúde e demais normas decretadas nos estados e no Distrito Federal.
As entidades representativas dos Ojafs se manifestaram sobre a morte dos oficiais. Paula Meniconi, oficial de justiça membro do Conselho fiscal da Fenajufe e presidente da Assojaf – MG, disse que é uma triste situação “para reafirmar a importância de os Oficiais de Justiça evitarem sair de suas casas, mesmo para o cumprimento dos mandados urgentes”, e que o momento é de preservação da vida. Ela defende que a execução dos mandados seja feita “por meios tecnológicos como email, whatsaap, telefone”.
Já a Fenajufe e a Associação dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais da Justiça do Trabalho da 2ª região – Aojustra – lamenta as perdas no oficialato, e manifesta o pesar por aqueles que, no exercício da profissão, fizeram aumentar tão triste estatística.
* A Aojustra emitiu na manhã desta terça-feira (7) nova nota de pesar pelo falecimento de mais um oficial de Justiça pela COVID-19, aumentando para quatro o número de mortos na categoria. O servidor era lotado no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Joana Darc Melo, da Fenajufe