Por Janice Miranda
O esvaziamento da sessão de abertura dos trabalhos do Congresso Nacional ontem acirrou as discussões em torno da redução do recesso parlamentar. De acordo com o líder do PT na Câmara dos Deputados, Nelson Pellegrino, o partido fechou questão em torno do assunto e, por isso, na reunião de hoje com a bancada, os parlamentares devem confirmar a posição “histórica” do partido de ser favorável à redução do recesso e contrário ao pagamento de salários extras para convocação. “Essa é uma posição histórica do partido, a emenda constitucional que reduz o recesso – de 90 para 45 dias – é de autoria de ex-parlamentares do PT”, lembrou o líder.
Já o vice-líder do governo na Câmara, deputado Professor Luizinho (SP), afirmou que é demagógica a decisão que alguns parlamentares tomaram de abrir mão dos salários extras da convocação. “Abrir mão do dinheiro não tem sentido. É demagogia, o parlamento não funciona desse jeito”, afirmou.
Sobre o esvaziamento da sessão de ontem – apenas 173 dos 513 deputados registraram presença na Casa – o parlamentar justificou a ausência dos deputados afirmando que se tratava apenas de uma sessão formal de abertura dos trabalhos, mas acrescentou que é preciso quórum, a partir de agora, para garantir a votação dos projetos importantes que constam da pauta: “A falta de quórum seria uma desmoralização”, disse.
A exemplo do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), que não apoiou a convocação, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), também não compareceu à sessão de abertura dos trabalhos do Congresso. O parlamentar só deve retornar ao Congresso na quinta-feira, após a missa de sétimo dia em memória de sua mãe, Dona Kyola.
Fonte: Agência Brasil