“O superávit primário precisa ser cortado para permitir que o Estado funcione, valorizando os serviços e os servidores. Temos nove acordos assinados com o governo, além de vários compromissos assumidos com inúmeras categorias do funcionalismo, como Plano de Carreira e reestruturação da Tabela Remuneratória. Mais do que índices, o que está em jogo é a retomada do papel do Estado no desenvolvimento do país’, afirmou Josemilton Costa, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal [Condsef]. A entidade representa 775 mil servidores públicos federais em todo o país, congregados em 37 entidades filiadas.
De acordo com a entidade, uma greve dos setores envolvidos em negociações com o governo não está descartada. Só da base da Condsef, cerca de 500 mil servidores, entre ativos e aposentados, fazem parte desse grupo.
No próximo dia 23 haverá reunião entre representantes dos servidores da base da Condsef e o Ministério do Planejamento, quando as lideranças sindicais vão cobrar do governo a manutenção dos acordos e das negociações. A diretoria da Confederação afirma que se as tentativas de diálogo falharem, a proposta de uma paralisação ampla após o Carnaval será levada adiante.
‘A recente manifestação das centrais sindicais, que se pronunciaram de forma unânime afirmando que, se são necessários cortes, eles devem ocorrer no superávit primário, nos fortalece. Aponta para a necessidade de que os acordos sejam efetivamente cumpridos’, frisou Josemilton.
‘Os fiscais agropecuários, técnicos-administrativos e professores das universidades federais, servidores do Ministério da Cultura, servidores do Data-SUS [setor da Informática do Ministério da Saúde], do Banco Central, servidores civis do Hospital das Forças Armadas de Brasília, administradores do Ministério da Fazenda e Procuradores já assinaram acordos. Os companheiros do Incra, DNIT, do Trabalho e da Previdência, já tiveram reunião com apresentação oficial de proposta pelo governo. Agora, o governo precisa cumprir os compromissos e continuar a negociação’, declarou o secretário geral da Condsef.
Segundo Josemilton, ‘o fundamental é que a base esteja mobilizada, que cada servidor esteja pronto para reagir’.
Fonte: Condsef e Agência CUT