BRASÍLIA – 28/06/10 – Em reunião no início desta tarde o Comando Nacional de Greve discutiu o quadro do movimento grevista e definiu as atividades que deverão ser realizadas esta semana. Os dirigentes sindicais avaliaram como negativa o fato de não ter ocorrido a reunião entre os presidentes Lula e Cezar Peluso, prevista para a última sexta-feira (25) e remarcada para a quarta-feira (30), e concluíram que é preciso intensificar as mobilizações e os contatos para que os PLs 6613/09 e 6697/09 sejam aprovados logo no Congresso Nacional.
Na avaliação do Comando Nacional de Greve o governo mantém a postura de enrolar os servidores e apostar na falta de tempo, que está se esgotando com a proximidade do recesso parlamentar, que se inicia em 17 de julho, e das eleições de outubro. De outro lado, a cúpula do Judiciário Federal também não tem se empenhado de forma decisiva para que o processo de negociação avance, de forma a garantir a aprovação dos PCSs o mais breve possível.
Após um amplo debate, o Comando Nacional de Greve decidiu reiterar o pedido de audiência com o presidente do STF para esta semana, oportunidade em que será cobrada uma atuação mais efetiva da cúpula do Judiciário junto ao governo e uma posição sobre o andamento das negociações. Para os coordenadores da Fenajufe e representantes dos estados no Comando, essa semana o foco deverá ser em cima do STF e, nesse sentido, eles avaliam a possibilidade de realizar mais uma manifestação essa semana, na porta do Supremo Tribunal Federal, com delegações de todos os estados. Mas, desde já, o Comando orienta que os sindicatos preparem atividades de mobilização para esta quarta-feira (30), quando está prevista a reunião dos chefes dos dois Poderes.
Além de reafirmar o pedido de audiência com o ministro Cezar Peluso, o Comando Nacional de Greve também tentará se reunir esta semana com os presidentes dos demais tribunais superiores. Nos encontros os servidores pedirão o apoio dos ministros nas negociações em relação à viabilização orçamentária dos projetos, que intercedam para que a presidência do STF receba a Fenajufe e que seja estabelecido o processo de negociação dos dias parados.
“Vamos concentrar os nossos esforços esta semana para que o presidente do STF nos receba e nos informe em que pé se encontram efetivamente as negociações com o governo. É importante que a cúpula do Judiciário e o governo tenham clareza que os servidores, mesmo após mais de 50 dias de greve, não vão esmorecer sem que haja uma resposta quanto às reivindicações da categoria”, avalia Zé Oliveira, coordenador geral da Fenajufe.
Reunião com deputado Berzoini e OAB nacional
Com a confirmação de que o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) será o relator do PL 6613/0 na Comissão de Finanças e Tributação, os servidores presentes à reunião de hoje do Comando Nacional de Greve concluíram que uma das tarefas importantes para esta semana é tentar uma reunião imediata com o parlamentar. O objetivo é reivindicar que o deputado apóie a aprovação do PCS e auxilie no processo de negociação entre o Judiciário Federal e o Executivo para que o projeto seja votado logo na CFT.
“Agora que temos confirmado o nome do relator, intensificaremos a nossa atuação na Comissão de Finanças. Vamos trabalhar para conversar com o deputado Berzoini ainda nos próximos dias”, informa Evilásio Dantas, coordenador de plantão em Brasília.
Na manhã desta terça-feira (29), os representantes dos estados irão à Câmara falar com os deputados da Comissão de Finanças e pedir o apoio de todos à aprovação imediata do PL 6613/09. “Nesse momento, a nossa atuação deve se concentrar também na CFT, comissão responsável pela adequação orçamentária. Estamos em uma fase decisiva de nossa luta e a exigência no momento é para que as mobilizações permaneçam em todo o país”, finaliza Evilásio.
Uma comissão de servidores também tentará uma reunião com a OAB nacional para explicar o verdadeiro motivo da greve da categoria, que já dura mais de 50 dias em vários estados, e rebater o posicionamento recente da Ordem em que critica o movimento dos servidores. No encontro, os representantes do Comando Nacional de Greve pretendem ressaltar que os verdadeiros culpados pela greve não são os servidores e sim a cúpula do Judiciário e o governo federal.