Por Marcela Cornelli
A proposta do governo federal, anunciada ontem nos jornais pelo ministro do Planejamento, Guido Mantega, de conceder reajuste diferenciado a algumas categorias do funcionalismo federal foi tratada na reunião de hoje da Coordenação Nacional das Entidades dos Servidores Federais (CNESF). Os dirigentes das entidades nacionais consideraram que esta proposta, apontada pelo secretário de Recursos Humanos do Ministério, Sérgio Mendonça, como “cenário C”, já havia sido anunciada na última reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente, do dia 19 de março. Na oportunidade, Mendonça, representante do governo na Mesa, disse que o reajuste linear ficaria no patamar dos 2,67% e que um índice maior seria concedido às categorias que não tiveram revisão de planos de cargos e salários, como os da Saúde, Seguridade Social e os abrangidos pelo PCC (Plano de Classificação de Cargos).
De acordo com Madalena Nunes, diretora da Fenajufe presente à reunião, a CNESF mantém sua posição em não considerar o que foi apresentado como proposta. Para as entidades nacionais, o objetivo claro do governo é dividir o movimento unificado dos servidores federais.
O prazo dado pela Coordenação ao governo para que ele se posicione em relação à pauta de reivindicação do funcionalismo continua sendo o final de março. Na próxima reunião da Mesa Nacional de Negociação, dia 30 de março, a CNESF vai reafirmar as reivindicações de reajuste linear emergencial em 50,19% e a reposição das perdas salariais desde 1995, que já chegam à 127%. A CNESF também espera do governo uma definição a respeito da mudança da data-base para maio e sobre o cumprimento dos acordos de greve.
Fonte: FENAJUFE