Por Marcela Cornelli
O chefe da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta segunda-feira que é hora de os inspetores do órgão voltarem ao Iraque para terminar o trabalho de verificar se o país tinha armas de destruição em massa antes da guerra.
“É hora dos inspetores voltarem ao Iraque para completar seu trabalho, incluindo o estabelecimento de um sistema de monitoração de longo prazo para garantir que o Iraque não retome qualquer programa de armas de destruição em massa”, declarou Mohamed ElBaradei, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
A alegação de que o Iraque teria reativado seu programa de armas nucleares, químicas e atômicas desde que os inspetores deixaram o país, em dezembro de 1998, foi a principal justificativa para a invasão ao país.
Em um relatório, David Kay, chefe da equipe liderada pelos EUA que procura evidências das armas de Saddam Hussein no Iraque pós-guerra, observa que não foram encontrados estoques de armas. Mas ele diz que há “indícios da contínua ambição de Saddam de adquirir armas nucleares” e outras armas de destruição em massa.
No entanto, a Agência Internacional de Energia Atômica lançou dúvidas sobre as declarações de Kay, dizendo que ele não tem como provar o que está afirmando.
“A maior parte do relatório de Kay bate com as conclusões que chegamos antes da guerra – que não há evidência da reativação de um programa de armas nucleares desde 1998”, ressaltou ElBaradei.
ElBaradei também argumentou que os inspetores da ONU poderiam completar seu trabalho de maneira “econômica”, em referência indireta ao custo das inspeções de Kay, estimado em 900 milhões de dólares, comparado com os 60 milhões de dólares que a ONU orçou para um ano de inspeções no Iraque.
Fonte: BBC Brasil