Hugo Chávez, presidente da Venezuela, ordenou o envio de um milhão de barris de gasolina aos Estados Unidos como ajuda para a catástrofe do furacão Katrina. O anúncio foi feito em seu programa dominical “Alô, presidente”. Chávez também elevou de US$ 1 milhão para US$ 5 milhões a ajuda humanitária que havia oferecido ao governo norte-americano. O presidente assinalou que a doação em dinheiro deverá ser usada para montar um hospital de campanha e assim atender a milhares de desabrigados no sul dos Estados Unidos e também para comprar água e outros equipamentos.
Chávez defendeu seu direito de criticar o governo dos Estados Unidos pela “falta de previsão” ante a “anunciada” passagem do furacão, que deixou um número ainda a ser determinado de mortos, milhares de desabrigados e grandes perdas materiais. “Decidimos enviar um milhão de barris de gasolina para lá”, informou Chávez, durante um telefonema a Félix Rodríguez, presidente da Citgo, a filial da empresa estatal Petróleos da Venezuela S.A (PDVSA) no Estados Unidos
Gastos sociais
O presidente ordenou que Rodríguez utilize os US$ 5 milhões “no arrendamento de um hospital de campanha” para atender desabrigados e para comprar “água, provisões, etc.”. Chávez reiterou sua “solidariedade e condolências” com os familiares das vítimas. “Quem abandona a seu próprio povo à deriva? O governo de Bush”, afirmou Chávez, ao dizer que, ante a catástrofe, o presidente norte-americano disse aos que figissem. Para Chávez, “o governo de Bush está afundando seu país na pobreza” e citou o fato de de que o presidente chegou ao poder o número de pobres nos Estados Unidos passou de 31,1 para 37 milhões de pessoas.
“Quem pretende governar o mundo e não atende as necessidades de seu próprio povo? Bush”, acrescentou Chávez, ao reiterar que os Estados Unidos reduziram os gastos sociais para destiná-los ao setor militar por seus “planos de invadir Irã, Coréia do Norte e Venezuela”. Chávez destacou, além disso, a necessidade urgente de “refletir sobre as causas deste fenômeno natural: a mudança climática abrupta”. “E os Estados Unidos se negaram a assinar o Protocolo de Kioto”, lembrou Chávez.
Limite máximo
A Citgo Petroleum, a subsidiária nos Estados Unidos da PDVSA, está processando 398 mil barris por dia em sua refinaria de Lake Charles, em Louisiana, para abastecer o mercado norte-americano, prejudicado pelo furacão Katrina, afirmou o presidente da empresa. Félix Rodríguez declarou que todas as plantas da Citgo estavam operando com uma capacidade combinada de 840 mil barris diários. “A capacidade da Citgo como companhia não foi impactada, inclusive estamos aumentando (a produção). Passamos de 810 mil barris para 840 mil para aliviar, em parte, a geração de gasolina”, afirmou Rodríguez.
Questionado por Chávez se a Citgo estaria no limite máximo de refinamento, o executivo disse que “nenhuma refinaria está parada, tudo está andando.” Rodríguez afirmou ainda que em Lake Charles foi duplicado “nosso esforço de manter a refinaria ativa para poder fornecer gasolina ao povo norte-americano.”
Fonte: Diário Vermelho