Por Marcela Cornelli
CNBB, CUT, MST, Cáritas e outras entidades que compõem a Campanha Brasileira Contra a ALCA ontem para entregar ao presidente Lula o abaixo-assinado que pede ao Governo a convocação de um Plebiscito Oficial sobre o ingresso do Brasil na Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
A coletiva de imprensa aconteceu às 10 horas no Plenário I da Câmara dos Deputados e contou com a presença de João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, Dom Tomás Balduíno, representando a CNBB, Maria Lúcia Fattoreli, presidente do Unafisco, Luiz Bassegio, da coordenação do Grito dos Excluídos, além de representantes da UNE, CUT e Marcha Mundial das Mulheres.
O representante da Frente Parlamentar de Acompanhamento das Negociações da ALCA na Câmara Federal, Deputado Luis Eduardo Greenhalgh, PT/SP, recebeu o abaixo-assinado com 2 milhões de assinaturas dizendo que não conhece nenhum acordo proposto pelos EUA em que a outra parte seja beneficiada. O número de assinaturas nos estados ainda não está fechado. Segundo coordenadores da Campanha, a contabilização total deve chegar a 3 milhões de assinaturas.
Dom Tomás cobrou do Governo Lula uma posição mais ousada com relação a este tema e citou como exemplo a atitude do presidente argentino em decretar uma moratória (em relação aos credores internos e ter enfrentado o FMI, obtendo uma renegociação favorável ao seu país).
A coordenação nacional avalia que a campanha de coleta foi bem sucedida, sobretudo, porque contribuiu para conscientizar e esclarecer a população sobre a necessidade de se mobilizar e exigir a sua legítima participação na definição da entrada ou não do Brasil na Alca, já que o acordo ataca a soberania do país.
Ainda ontem a tarde, coordenadores da Campanha Brasileira Contra a ALCA teve audiência com os outros poderes: no Supremo Tribunal Federal com o ministro Maurício Corrêa, no Palácio do Planalto com o Secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci. Também foram entregues as assinaturas para o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores Samuel Pinheiro Guimarães, no Palácio Itamaraty.
Fonte: Site MST