Na década de 50, a América Latina e o Caribe tinham cerca de 161 milhões de habitantes; em 2005, tinham mais de 547 milhões. Nesses 55 anos, o número de jovens, na região, cresceu 2,6 vezes; enquanto o número de adultos cresceu 3,8 vezes e o de idosos, 5,4 vezes.
De acordo com a Cepal, esse envelhecimento populacional deveria “motivar os países a desenhar estratégias específicas para enfrentar suas conseqüências, diante da crescente debilidade das redes de apoio familiares, e a falta de serviços sociais e de condições aceitáveis de vida para as pessoas de idade avançada, sem descuidar da satisfação das necessidades de outros grupos etários”.
A expectativa é que o número de idosos quadruplique entre 2005 e 2050 e supere a população jovem em 30%. Esse envelhecimento é, entre outras razões, conseqüência da diminuição da taxa de fecundidade feminina latino-americana. De 5,9 filhos, em 1950-1955, a taxa chegou, atualmente, a 2,4 filhos por mulher. Além disso, a esperança de vida aumentou e, hoje, está em 73,4 anos para ambos sexos.
O desenvolvimento econômico e social dos países da região, a queda na mortalidade e da mortalidade foram positivos para a saúde e para as condições de vida da população. Mas a Cepal criticou o fato de que esse desenvolvimento não seja capaz de combater as desigualdades. Agora, “se gerou um novo panorama populacional no qual as desigualdades demográficas estão estreitamente relacionadas com a situação sócio-econômica das pessoas”.
No documento, a Cepal aponta em que etapa da transição demográfica estão os países latino-americanos e caribenhos. Em uma escala de muito avançada, avançada, plena, e moderada, os especialistas da Comissão colocaram Cuba e Barbados no primeiro posto: “muito avançada”. Já o status de “moderada” ficou para a Bolívia, Haiti e Guatemala, por ainda terem altos indicadores de fecundidade e de mortalidade.
Segundo o documento, os idosos, as mulheres e os povos indígenas são os segmentos latino-americanos e caribenhos mais afetados pelas desigualdades. A entrada da mulher no mercado de trabalho provocou mudanças nas estruturas familiares, afetando os processos demográficos, com a que da fecundidade.
Para a Cepal, se “não avançar na criação de novos focos de atenção mais específicos para a ação social e as políticas econômicas, especialmente para a população mais vulnerável, a região enfrentará um retrocesso, já que se irá abonando o caminho da reprodução e transmissão, entre gerações, da pobreza”.
O documento aponta ainda medidas que os países devem tomar, focadas na defesa dos direitos humanos e em políticas públicas para o desenvolvimento, que assegurem maior proteção social. Fonte: Adital