O Brasil registrou o menor índice de desigualdade social em 30 anos, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Somente entre 2001 e 2004, as diferenças de renda no País caíram 4%.
Segundo Ricardo Paes de Barros, coordenador de Avaliação de Políticas Sociais, “em 2001 mantínhamos a média da desigualdade dos últimos 30 anos, mas hoje temos a menor desigualdade dos últimos 30 anos”.
Renda dos mais pobres cresce mais
Ele explicou que o recuo de 4% no Coeficiente de Gini significa que a renda da população mais pobre cresceu mais rapidamente do que a renda da parcela da população mais rica.
O coordenador disse que a queda é ampla e variada, e três fatores explicam pelo menos a metade dela. O primeiro é a melhoria na rede de proteção social, com a criação de programas como o Bolsa Família e o de Prevenção e Eliminação da Exploração do Trabalho Infantil (Peti), o segundo é a expansão educacional e o terceiro é a interiorização da economia com a redução das diferenças salariais entre o interior e a capital dos estados.
Mesmo assim, o especialista lembrou que o Brasil ainda é umas das nações mais desiguais do mundo. Para que o país chegue ao patamar da Tunísia, por exemplo, será necessário registrar, pelos próximos 20 anos, o mesmo desempenho dos últimos quatro.
“É preciso acelerar o acesso à educação em todos os níveis”, destacou o coordenador, ao lembrar da necessidade de oferecer mais oportunidades para os brasileiros adquirirem habilidades. “O aumento no grau de escolaridade ocasionará uma redução no diferencial de salário entre o mais bem qualificado e o pouco qualificado”, conclui.
Fonte: Portal Vermelho